Manifestações surgiram em várias cidades da Venezuela após o anúncio da reeleição do presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato. Segundo organizações não-governamentais (ONGs), os protestos resultaram na morte de quatro pessoas e em dezenas de feridos.
As manifestações, que começaram na segunda-feira (29), intensificaram-se após a vitória de Maduro ser declarada. A oposição e a comunidade internacional clamam por transparência na contagem dos votos, enquanto a insatisfação popular cresce nas ruas.
Na tarde de terça-feira (30), líderes oposicionistas, incluindo María Corina Machado e Edmundo González, organizaram um protesto em frente à sede da ONU em Caracas, exigindo respeito à vontade popular.
Segundo a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que acompanha a crise nos centros de saúde do país, uma das mortes ocorreu em Caracas, enquanto as outras duas foram registradas em Aragua, no centro do país. Outra morte foi reportada em Yaracuy, no noroeste, conforme informações da ONG Foro Penal, especializada na defesa de presos políticos.
A violência das forças de segurança tem sido uma constante nos protestos. Em diversos pontos do país, as manifestações foram dispersadas de forma brutal, resultando em um saldo de 44 feridos e 46 pessoas detidas, de acordo com a agência AFP.
Governos internacionais, incluindo os Estados Unidos, questionam a legitimidade da eleição que conferiu a vitória a Maduro sobre o opositor Edmundo González. Em mensagem nas redes sociais, González expressou solidariedade ao povo venezuelano e pediu o fim da repressão.
“Infelizmente, temos notícias de mortes, dezenas de feridos e detidos. Instamos as forças de segurança a respeitar a vontade popular expressa no último dia 28 e a cessar a repressão às manifestações pacíficas,” declarou González.
Mi solidaridad está con el pueblo ante su justificada indignación. Lamentablemente, en las últimas horas tenemos reportes de personas fallecidas, decenas de heridos y detenidos. Instamos a las fuerzas de seguridad a respetar la voluntad expresada el 28 de julio y detener la…
— Edmundo González (@EdmundoGU) July 30, 2024
Em Caracas, homens mascarados e armados bloquearam o caminho de manifestantes que clamavam por liberdade e o fim do governo Maduro. Testemunhas relataram à Reuters que, mesmo sob ameaça, os protestos continuaram em diversos pontos da capital.
A indignação também se manifestou em outras regiões. Em Coro, no estado de Falcón, manifestantes derrubaram uma estátua do ex-presidente Hugo Chávez, mentor político de Maduro. Na cidade de Maracay, houve relatos de uso de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Na capital, milhares de pessoas participaram dos atos em bairros populares. Em Petare, a maior favela de Caracas, os manifestantes gritavam “E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!” sob a chuva. Outros exigiam que Maduro entregasse o poder.
Os protestos também foram marcados pela queima de cartazes de campanha de Maduro e pelo som de bandeiras, panelas e instrumentos de percussão que acompanhavam os gritos de indignação.
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