Caio Bonfim conquista a primeira medalha olímpica do Brasil na marcha atlética de 20 km

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O atletismo brasileiro celebra um feito histórico nos Jogos Olímpicos de Paris: Caio Bonfim conquistou hoje, 01 de agosto, medalha de prata histórica na marcha atlética de 20 km. Essa é a primeira vez que o Brasil sobe ao pódio nessa modalidade.

A prova, realizada nas ruas de Paris, foi a quarta edição em olimpíadas que o atleta competiu.

“Medalha no Brasil, na marcha atlética, não tem cor. Quando eu passei a linha de chegada no Rio, eu pensei se teria outra oportunidade de disputar os Jogos. Tive muito orgulho daquele quarto lugar. Abriu muitas portas”, afirmou Bonfim, de 33 anos, segundo comunicado do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Terceiro colocado nos Mundiais de 2017 e 2023, Bonfim disse ter encarado por anos ofensas machistas enquanto treinava nas ruas de Sobradinho, no Distrito Federal.

“Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de ‘vamos, campeão’. Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador”, disse ele, cujos pais também são marchadores.

Caio Bonfim fez sua primeira participação nos Jogos em Londres 2012, na 39ª colocação. Na Rio 2016, ficou em quarto lugar e em Tóquio foi o 13º colocado.

“Eu não sei dizer para vocês o que significa isso tudo. Não estou acostumado a ser chamado de medalhista olímpico. Sempre foi um sonho. É um momento especial que representa todos esses anos. Olimpíada não representa apenas um ciclo olímpico. É toda uma vida”, completou o brasileiro.

A prova da prata olímpica

Caio Bonfim demonstrou grande determinação ao liderar o pelotão de frente durante boa parte da corrida.

O grande duelo aconteceu nos últimos quilômetros, quando o equatoriano Brian Daniel Pintado acelerou e abriu vantagem. Caio Bonfim manteve-se firme, mas não conseguiu alcançar o líder. Mesmo assim, sua performance brilhante garantiu a tão sonhada medalha de prata para o Brasil.

“Estou emocionado e orgulhoso. Treinei muito para este momento, e ver a bandeira brasileira no pódio é indescritível”, disse Caio após a prova. Ele completou os 20 km em 1h19m09s, ficando atrás apenas de Pintado, que levou o ouro com 1h18m55s. O espanhol Álvaro Martin ficou com o bronze, com o tempo de 1h19m11s.

Caio Bonfim entra para a história do esporte brasileiro como um exemplo de dedicação e superação.

A marcha atlética é uma modalidade que exige resistência, técnica e disciplina. Os atletas devem manter sempre um pé no chão e não podem correr, o que torna a prova ainda mais desafiadora.

História da marcha atlética

A marcha atlética tem raízes históricas profundas e é uma das modalidades mais antigas do atletismo. Ela remonta a competições que datam dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. No entanto, a marcha atlética como a conhecemos hoje foi incluída nos Jogos Olímpicos modernos na edição de Londres em 1908. Curiosamente, as mulheres só puderam competir oficialmente nessa modalidade a partir dos Jogos de Barcelona em 1992.

As regras específicas da marcha atlética foram estipuladas no século XIX e início do século XX para diferenciá-la da corrida tradicional.

Atualmente, além de participar dos Jogos Olímpicos, a marcha atlética tem disputas em campeonatos mundiais e também faz parte do quadro dos Jogos Pan-Americanos.

Apesar de não parecer tão rápido quanto a corrida, os marchadores atléticos podem manter velocidades impressionantes, especialmente nas distâncias mais curtas. Por exemplo, o japonês Yusuke Suzuki, recordista mundial nos 20 km, terminou a prova com 1h16m36s, mantendo uma média surpreendente de 15,6 km/h.

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