Em uma cerimônia marcada por discursos emocionantes e a presença de importantes figuras políticas, Macaé Evaristo tomou posse como ministra dos Direitos Humanos. A solenidade, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Janja, e de diversas ministras, incluindo Anielle Franco, Nísia Trindade, Cida Gonçalves, Esther Dweck e Marina Silva.
Uma cerimônia de resistência e esperança
A cerimônia teve início com a declamação de uma poesia pela escritora Conceição Evaristo, prima da nova ministra. Conceição emocionou o público ao recitar versos que exaltavam a força e a resistência das mulheres negras: “A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos, donos de tudo. A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta. Na voz de minha filha, o eco de vida e liberdade”.
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O discurso de posse de Macaé Evaristo
Em seu primeiro discurso como ministra, Macaé Evaristo abordou os desafios e as percepções equivocadas sobre os direitos humanos no Brasil. “Infelizmente, na sociedade brasileira, tem a concepção de que direitos humanos é coisa de quem defende bandido e aí a gente tem um desafio. A gente precisa entender a tensão entre a afirmação e negação dos direitos humanos. No cenário global, a gente enfrenta uma nova investida do capital, que aposta na segregação racial e ambiental”, afirmou.
Macaé também destacou a importância de dialogar com a população mais vulnerável, especialmente as mulheres negras e empobrecidas. “Quero dialogar com a população brasileira que a palavra direitos humanos parece não fazer sentido nenhum: o segmento da sociedade de mulheres empobrecidas, negras, chefes de família, que são o maior recorte da nossa população. Para nós, o que faz sentido são as nossas famílias, mas diferentes formas. A gente quer casa, quer que nossos filhos não passem fome, saúde, educação. A gente quer que o estado brasileiro nos cuide, mas também entenda que a gente tem potência e capacidade”, concluiu.
A presença de Anielle Franco e o contexto da posse
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, também esteve presente na cerimônia, mas não discursou. Sua presença foi simbólica, especialmente considerando que o cargo de Macaé foi anteriormente ocupado por Silvio Almeida, exonerado após acusações de assédio sexual. Almeida está sendo investigado pela Polícia Federal e responderá às acusações no Supremo Tribunal Federal.
A posse de Macaé Evaristo representa um marco na luta pelos direitos humanos no Brasil, trazendo à tona questões cruciais sobre igualdade, justiça e a valorização das minorias. Com sua trajetória marcada pelo ativismo e pela defesa dos direitos das mulheres negras, Macaé promete trazer uma nova perspectiva e vigor à pasta.
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