A Flórida enfrenta uma situação crítica nesta quarta-feira (9), após uma série de tornados atingirem a região central do estado, desencadeados pela aproximação do furacão Milton, que deve tocar a costa de Tampa nas próximas horas. Com ventos já atingindo velocidades superiores a 230 km/h, o fenômeno é considerado um dos mais destrutivos das últimas décadas.
De acordo com o Serviço Nacional do Clima (NWS, na sigla em inglês), foram emitidos mais de 20 alertas de tornados ao longo do dia, o que levou a uma corrida por abrigos e deixou rastros de destruição em várias cidades da região central. O Centro Nacional de Furacões (NHC) já havia previsto a formação desses tornados à medida que o furacão se aproximava da costa oeste da Flórida, tornando o cenário ainda mais caótico.
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Milton se aproxima com força total
O furacão Milton, atualmente classificado como categoria 4, embora tenha chegado a atingir a categoria 5 durante a madrugada, deve impactar a região metropolitana de Tampa, onde vivem mais de 3 milhões de pessoas. Segundo o último boletim do NHC, Milton está a 305 quilômetros da costa e avança rapidamente. Espera-se que o fenômeno atinja o continente com ventos que podem superar os 260 km/h, o que agrava os riscos de destruição.
Diante do alerta máximo, mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens de evacuação em cidades como Tampa, St. Petersburg e Clearwater. As rodovias, em especial a Interstate 75, que liga o centro à costa, ficaram congestionadas com milhares de veículos tentando sair das áreas de risco. Muitas dessas áreas já se encontram desabastecidas, com supermercados sem itens básicos, como água e alimentos não perecíveis.
“Estamos vendo um êxodo em massa, semelhante ao que acontece antes de grandes catástrofes”, disse o chefe de polícia de Tampa, Lee Bercaw. “É essencial que todos sigam as orientações das autoridades e busquem refúgio imediatamente.”
Cidades-fantasmas e congestionamentos
O cenário nas principais cidades da Flórida, especialmente na costa, é desolador. Diversas regiões de Tampa e arredores se tornaram verdadeiras cidades-fantasmas, com ruas desertas, comércio fechado e escolas sem aulas. Em contraste, as estradas que levam ao interior do estado estão completamente paralisadas por um trânsito caótico, com congestionamentos que duram horas.
As autoridades locais já preveem que os danos materiais podem ser catastróficos. Além dos tornados, há a possibilidade de uma maré de tempestade de até 4,5 metros atingir a Baía de Tampa, a maior já registrada. “Essa maré pode engolir casas inteiras”, alertou a prefeita de Tampa, Jane Castor. “É crucial que todos sigam as ordens de evacuação. Não estamos lidando apenas com um furacão, mas com uma combinação de eventos meteorológicos potencialmente mortais.”
Medidas emergenciais e declarações oficiais
O governador Ron DeSantis declarou estado de emergência em toda a Flórida, mobilizando a Guarda Nacional para auxiliar nos esforços de evacuação e preparação. “Devemos estar preparados para um impacto significativo”, declarou DeSantis em coletiva de imprensa. “Este será um dos maiores desafios que já enfrentamos. Todos os recursos estão sendo utilizados para proteger vidas e minimizar danos.”
O presidente Joe Biden também se pronunciou, afirmando que Milton pode ser o pior furacão a atingir a Flórida em mais de 100 anos. Ele garantiu que o governo federal está de prontidão para oferecer suporte imediato após o impacto do furacão, com equipes de resgate e socorro já mobilizadas.
Parques temáticos e turismo paralisados
O furacão não afeta apenas os moradores locais, mas também milhares de turistas que visitam a Flórida. Parques temáticos como os da Disney e da Universal, em Orlando, decidiram fechar suas portas até que a tempestade passe. A área central do estado, embora não esteja diretamente na rota de Milton, pode sofrer com inundações e ventos fortes.
Em Orlando, filas se formaram em hotéis que abrem suas portas para moradores da costa que buscam refúgio. Com a chegada iminente do furacão Milton, a Flórida se prepara para enfrentar uma das piores catástrofes naturais de sua história recente.
Foto: Bryan R. SMITH / AFP
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