O Rio Negro, que atravessa a vasta região amazônica e impacta diretamente a rotina de várias cidades, voltou a subir no município de São Gabriel da Cachoeira, após uma semana marcada pelo repiquete — fenômeno natural caracterizado pela oscilação do nível das águas em um curto período de tempo. No entanto, o Porto de Manaus ainda registra quedas que devem persistir por pouco tempo.
Segundo monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), o fenômeno do repiquete fez com que o Rio Negro, após uma alta intensa, recuasse em 5 de outubro em São Gabriel da Cachoeira. Na semana passada, essa queda foi sentida em Manaus, onde o nível do rio caiu 21 centímetros em um intervalo de quatro dias. Apenas na manhã desta segunda-feira (28), o recuo foi de seis centímetros, segundo registros do Porto de Manaus.
Porém, há indícios de que a situação esteja prestes a mudar. O monitoramento mais recente do SGB/CPRM aponta que, no último dia 25 de outubro, o rio retomou seu movimento de subida na cabeceira. No município de São Gabriel da Cachoeira, a estação de Curicuriari, responsável pela medição, registrou uma marca de 6,82 metros naquela data, subindo para 7,06 metros na manhã de hoje, o que representa um aumento superior a 13 centímetros em apenas três dias.
Leia também:
- Nível do Rio Negro volta a descer em Manaus após breve elevação; fenômeno indica repiquete;
- Pescadores de Tefé ‘pescam’ no seco em meio à seca severa do Rio Solimões;
- Governo do Amazonas divulga boletim sobre a estiagem no estado, nesta terça-feira (22);
Essa alternância faz parte de um ciclo hidrológico característico do Rio Negro, que impacta tanto a navegação quanto a vida dos moradores ribeirinhos. Em Barcelos, outra cidade importante ao longo do curso do rio, o nível das águas também experimentou variações significativas. Desde o dia 11 de outubro, o Rio Negro tem registrado quedas diárias de 5 a 9 centímetros, e, entre ontem e hoje, desceu mais seis centímetros, chegando à marca de 2,19 metros.
Previsões para a cheia
A alternância de subida e descida do nível das águas é acompanhada de perto pelo SGB/CPRM, que aponta para o início definitivo do processo de cheia nas primeiras semanas de novembro. Com a previsão de retomada do fluxo ascendente, espera-se que o rio comece a subir de forma constante até atingir seu auge de cheia nos meses de junho e julho de 2025.
As oscilações no nível do Rio Negro têm impacto direto nas atividades econômicas e cotidianas das comunidades ao longo do curso do rio. A baixa do nível no Porto de Manaus, por exemplo, dificulta a navegação e o transporte de mercadorias.
Para as comunidades ribeirinhas, o repiquete pode representar tanto desafios quanto oportunidades. Na época da baixa, as populações ficam mais isoladas, dependendo de embarcações de menor porte e enfrentando dificuldades no abastecimento. Em contrapartida, a chegada da cheia representa o período em que as comunidades voltam a ter maior acessibilidade e movimentação.
A previsão de retomada da subida do rio é aguardada com otimismo por muitos, mas também com precaução. A cheia do Rio Negro representa um fenômeno natural e cíclico, mas que requer preparação das autoridades para evitar impactos maiores nos sistemas de transporte e abastecimento das regiões impactadas.
📲 Acompanhe o Igarapé News nas redes sociais.
Foto: Ana Amélia Hamdan / ISA
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Princesa do Solimões anuncia Mastrillo Veiga como técnico para 2025
Juarez Lima, gênio das alegorias do Festival de Parintins, morre aos 58 anos na Áustria
NEMA 2024: Confira tudo o que vai rolar nesta edição da Corrida-Show
Câncer Infantil: Roberto Cidade reforça Leis de sua autoria que fortalecem combate à doença
Gabaritos individuais do concurso da CMM são republicados e novo prazo para recursos é anunciado
Três veículos colidem na BR-174; carreta pega fogo em grave acidente