Em uma coletiva de imprensa realizada terça-feira, 4 de fevereiro de 2025, na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou a intenção dos EUA de assumir o controle da Faixa de Gaza, devastada por um conflito que se estendeu por mais de 15 meses.
Trump afirmou que os Estados Unidos “tomarão o controle da Faixa de Gaza” e que serão responsáveis pelo desmantelamento de bombas não detonadas e outras armas presentes no território. Ele também mencionou planos para “nivelar o lugar” e remover edifícios destruídos, visando o desenvolvimento econômico da região. O presidente americano sugeriu que os palestinos poderiam ser realocados para países vizinhos, como Egito e Jordânia, que já expressaram oposição a essa proposta.
A proposta de Trump representa uma mudança significativa na política externa dos EUA, que historicamente buscou a criação de um Estado palestino independente. O plano inclui um projeto de desenvolvimento de longo prazo para Gaza, estimado para durar entre 10 a 15 anos, com o objetivo de estabelecer estabilidade no Oriente Médio. No entanto, detalhes cruciais permanecem indefinidos, como a forma de persuadir os palestinos a deixarem Gaza e se Israel manteria soberania sobre o território.
A reação internacional foi amplamente negativa. Líderes palestinos e países árabes, incluindo a Arábia Saudita, rejeitaram a ideia, considerando-a impraticável e desestabilizadora. No cenário político interno dos EUA, membros do Congresso expressaram ceticismo, e especialistas em Oriente Médio classificaram a proposta como irrealista. Além disso, o plano pode complicar os esforços para normalizar as relações entre Israel e a Arábia Saudita, que insiste no fim da guerra em Gaza e na criação de um caminho para a formação de um Estado palestino como condições para a normalização.
Durante a coletiva, Netanyahu elogiou Trump como um aliado significativo e expressou apoio à iniciativa, afirmando que poderia “mudar a história” e eliminar a ameaça terrorista percebida a partir de Gaza. No entanto, a proposta de realocação dos palestinos foi recebida com resistência, especialmente porque países como Egito e Jordânia já declararam que não aceitariam tal movimento populacional.
Este anúncio ocorre em um momento delicado, com negociações em andamento para a segunda fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediadas por países como Catar, Egito e Estados Unidos. O acordo inicial, implementado em 19 de janeiro, interrompeu mais de 15 meses de conflito devastador e incluiu a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.
A proposta de Trump de “assumir o controle” de Gaza e realocar seus habitantes ignora contextos políticos e históricos complexos, e enfrenta rejeição não apenas do Hamas, mas também de países como Arábia Saudita, Egito e Jordânia. Internamente, políticos americanos estão avessos a qualquer tipo de intervenção que envolva o envio de soldados para a região.
Analistas apontam que o plano de Trump reflete aspirações imperialistas, reminiscentes do século XIX, e que sua implementação poderia exacerbar tensões na região, além de complicar as relações dos EUA com aliados árabes e a comunidade internacional em geral.
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Foto: Andrew Caballero Reynolds / AFP
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