Festival Zero 92 estreia com celebração histórica e anuncia programação completa

Festival Zero 92 estreia com celebração histórica e anuncia programação completa

O que era para ser apenas o lançamento do Festival Zero 92 virou uma verdadeira celebração da música feita no Amazonas. Na noite desta quinta-feira, 24, o Bar Caldeira e a rua José Clemente, no Centro Histórico de Manaus, foram tomados por uma energia que só a nossa música é capaz de proporcionar. O evento reuniu artistas, jornalistas, produtores e representantes do setor em uma noite marcada por emoção, memória e anúncio oficial da programação do festival, que acontece no próximo dia 17 de maio.

O pontapé foi dado com a força simbólica de quem sabe de onde veio e para lembrar que a música feita aqui tem nome, memória e lugar. O cantor, compositor e poeta Chico da Silva abriu a noite entoando o Hino do Amazonas, em uma performance espontânea que emocionou o público e cravou, ali, a essência da proposta. A noite seguiu com apresentações marcantes de artistas como Nunes Filho, Márcia Siqueira, Berg Guerra, Água Cristalina, Jucynha kero kero, Canto da Mata, entre outras lendas vivas dos sons amazônicos.

Outro gesto simbólico marcou a noite: uma placa com o nome de todos os artistas participantes desta primeira edição do Zero 92 foi instalada na calçada do Bar Caldeira, eternizando o momento e inscrevendo o festival no chão — e na história — da música amazonense.

Idealizado pela cantora, compositora e produtora cultural Márcia Novo, o projeto nasce da urgência de valorizar a música brasileira produzida no Amazonas. A proposta é simples e potente: reconectar-se às raízes sonoras do estado, celebrando os artistas que marcaram época e ainda seguem vivos na memória afetiva de milhares de amazonenses.

Mais de 30 atrações em dois palcos simultâneos

Com início marcado para às 15h do dia 17 de maio, a primeira edição do Festival Zero 92 tomará a rua José Clemente com dois palcos: Teixeira de Manaus e Grupo Carrapicho – uma homenagem direta a dois expoentes da música amazonense. A ideia é destacar artistas e estilos que marcaram gerações e, ao mesmo tempo, reafirmar a força criativa da música feita aqui. Ritmos como beiradão, brega caboclo, boi-bumbá, forró de galeroso e bolero amazônico terão vez, voz e volume.

Line-up Palco Teixeira de Manaus: Celestina Maria, Graça Silva, Lili Andrade, Kaiza Marques, Nayan Ferraz, Billy Marcelo, Goreth Almeida, Manolo Marone, Amazon Beat, James Rios, Água Cristalina, Ianayra, Hadail Mesquita, Chicão do Sax, Jonaci do Sax, Lico Magalhães, Berg Guerra e André Passos.

Line-up Palco Carrapicho: Grupo Uirapurú, Ednay Kokama, Grupo Maruaga, Wladimir Rossy, Meu Xodó, Guto Lima, Nunes Filho, Tributo a Carrapicho, Canto da Mata, Márcia Novo, Edmundo Oran, Márcia Siqueira, João Paulo Faria, Rei do Bodó, George Japa e Jucynha Kero Kero.

Formação e futuro: capacitação gratuita

Antes do grande dia, o Zero 92 planta o futuro com uma agenda voltada à capacitação. De 12 a 15 de maio, artistas, produtores e profissionais da música poderão participar de uma programação gratuita de oficinas, mentorias e palestras voltadas à profissionalização do setor. As atividades serão realizadas no prédio do Sebrae-AM (Av. Leonardo Malcher, 924, no Centro), com inscrições já disponíveis e vagas limitadas.

A programação é a seguinte:

  • 12 e 13/5 – Fundamentos de Áudio e Mixagem, com Ricardo Peixoto.
  • 13/5 – Sua Carreira, Seu Negócio: A nova era do artista digital, com Julian Lepick.
  • 14/5 – Direitos autorais, com Julian Lepick, ECAD e ABRAMUS.
  • 15/5 – Atendimento a artistas + “Crie sua MEI”, com equipe do Sebrae-AM.

A proposta formativa reforça o compromisso do festival com a sustentabilidade da cadeia produtiva da música. “Não é só sobre celebrar a arte. É também sobre criar condições para que ela continue existindo com qualidade, estrutura e conhecimento”, destaca Márcia Novo.

Música Brasileira Produzida no Amazonas: memória viva e presente

Mais do que um festival, o Zero 92 é um reencontro coletivo com a história e um convite para celebrar, com orgulho e pertencimento, a potência da música amazonense. Em um cenário nacional onde a produção artística da região Norte ainda enfrenta invisibilidade, o projeto surge como manifesto em apoio ao que é daqui — valorizando quem, com talento e resiliência, rompeu as barreiras de um mercado fonográfico historicamente centralizado no Sudeste.

Ao homenagear artistas como Chico da Silva, Teixeira de Manaus e tantos outros que levaram o som do Norte ao Brasil nos anos 80 e 90, o festival reafirma que a música brasileira produzida no Amazonas não é apenas lembrança: é força, criatividade, identidade e segue pulsante.

(Fotos: Divulgação)

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