O prefeito de Manaus, David Almeida, acompanhado do governador do Amazonas, Wilson Lima, recebeu, na tarde deste domingo, 26/3, os ministros do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes, e de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, para uma visita técnica em áreas da capital classificadas como ‘altíssimo risco’, que foram atingidas pelo rigoroso inverno amazônico. Os representantes do Governo Federal viram de perto o trabalho que está sendo realizado pelas gestões estadual e municipal e as necessidades imediatas de recursos para a capital.
David Almeida fez questão de salientar que esse apoio do Governo Federal é de suma importância para Manaus, uma vez que desta forma será possível dar respostas rápidas à população e evitar que novas tragédias voltem a acontecer na capital amazonense.
“Tenho que agradecer ao Governo Federal pelo olhar que estão tendo por Manaus e ao próprio governador (Wilson Lima) que está ajudando a nossa cidade. Esse é o trabalho que estamos fazendo para buscar respostas a esses eventos que estão acontecendo. No último dia 12, choveu 102 mm na zona Leste. Ontem, foram 122 mm. Nós temos mais gente desabrigadas pelas chuvas de ontem do que do dia da tragédia. Por isso, quero destacar a celeridade do ministro Waldez e da sua equipe pela iniciativa imediata de estender as mãos para Manaus”, enfatizou Almeida.
Formada por técnicos das Defesas Civis federal, estadual e municipal, a comitiva passou pela comunidade da Sharp, no bairro Armando Mendes, zona Leste. A obra no local é de responsabilidade do Governo do Amazonas, que já anunciou a ampliação do Prosamim do Igarapé do 40.
Logo depois, o comboio visitou a erosão localizada na rua Topázio, no bairro Jorge Teixeira, local onde ocorreu, no último dia 12, a tragédia que vitimou oito pessoas. No local, o prefeito de Manaus explicou que o desmoronamento das casas que atingiram a comunidade Pingo D’água foi causado pelo acúmulo de lixo existente em uma área que já havia sido recuperada pela gestão municipal.
“Essa tragédia aqui na rua Topázio, no Jorge Teixeira, foi causado pelo lixo. Aqui se formou uma lixeira viciada e após sete horas do final da chuva, nós tivemos o desbarrancamento. Então, nós temos que trabalhar a conscientização do descarte adequado do nosso lixo para que possamos evitar problemas como este. Ontem, os grandes problemas causados na nossa cidade foram consequências do lixo. Eles acabam indo para os nossos igarapés, represando os rios, entupindo os bueiros e alagando as residências”, afirmou David.
O chefe do Executivo municipal ainda destacou o trabalho realizado em conjunto pelas secretarias para melhor atender a população, levando assim, uma resposta rápida à sociedade.
“Pouca gente sabe, mas no dia da tragédia o local estava sem luz, por isso muitas pessoas já estavam na rua e conseguiram escapar. Foram 92 casas atingidas. Nós tiramos essas famílias daqui e todas estão morando em um residencial pago pela prefeitura por meio do ‘Auxílio Aluguel’. Essas famílias já foram atendidas pelas nossas equipes de assistência social. Esse trabalho é fundamental para dar o suporte necessário à população”, concluiu David.
A última parada da visita foi ao Centro de Controle da Prefeitura de Manaus, que fica localizado no Centro de Cooperação da Cidade (CCC), na avenida Ephigênio Salles, no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul.
Projetos
Questionado sobre as ações que serão implementadas pelo Governo Federal em Manaus, o ministro Waldez Góes afirmou que a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que seja dado o apoio integral à população atingida por esses desastres. Ele frisou que os trabalhos iniciaram já no final de semana da tragédia, quando foi decretado Estado de Emergência, facilitando assim o envio de ajuda e de recursos.
“Venho aqui declarar, em nome do presidente Lula, o apoio integral à população de Manaus que vem encarando esse problema. Já recebemos o prefeito David Almeida em Brasília (DF), conversamos sobre alguns projetos habitacionais para a cidade, mas agora estamos vendo de perto a dimensão desse desafio. Hoje, a Defesa Civil está assistindo cerca de 1.500 municípios em situação de emergência. A maior parte deles é por estiagem, porém, vem crescendo o número de cidades que estão sofrendo por alagamentos ou desmoronamentos. Assim, estamos levando o apoio necessário neste momento e já planejando envio de recursos para que possamos tirar essas pessoas de áreas de risco”, citou Góes.
Vale ressaltar que, após a conversa entre o prefeito de Manaus, David Almeida, e o presidente Lula ficou acordado a construção de 5 mil moradias em Manaus, que serão fundamentais para que ocorra a retirada de famílias instaladas em áreas de risco e encostas.
Preservação
Conhecedora das peculiaridades da região amazônica, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citou que essas fortes chuvas que estão atingindo a região Norte no primeiro trimestre de 2023 são resultado das mudanças climáticas que vêm acontecendo no planeta. Ela destacou que um projeto está sendo discutido no Governo Federal para que possa decretar ‘Estado de Emergência Climática Permanente’ nos municípios comprovadamente vulneráveis para que tenha uma ação contínua.
“Esse é um momento de sofrimento e dor. Essas pessoas perderam o pouco patrimônio que tinham e é muito necessária essa união entre o Governo Federal, Estadual e o município. Esse trabalho conjunto é uma sinalização que precisamos criar uma dinâmica diferente. Imediatamente reconhecendo o ‘Estado de Emergência’, você toma as atitudes que são emergenciais, como a ajuda humanitária. Agora, precisamos pensar nos projetos de prevenção. Nós estamos vivendo sobre o efeito das mudanças climáticas. Eles vão continuar e precisamos pensar nesta ideia de decretar ‘Estado de Emergência Climática Permanente’. Assim, vamos conseguir pensar a médio e longo prazo”, finalizou a ministra.
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Texto – Thiago Fernando / Semcom
Fotos – Ruan Souza / Semcom
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