O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (UB), repudiou a forma truculenta com que a Polícia Federal e a Força Nacional, em uma ação conjunta, agiu nas ações de combate ao garimpo ilegal nos municípios de Humaitá (distante 591 quilômetros de Manaus) e Manicoré (distante 350 quilômetros de Manaus), na segunda-feira (15/9). A repressão aos garimpeiros causou danos que abrangeram também a zona urbana dos municípios, com o disparo de armas de borracha e bombas de efeito moral, resultando em civis machucados e traumatizados.
“Não sou a favor do garimpo ilegal, mas é preciso repudiar uma ação como a que ocorreu em Humaitá e Manicoré. Não é dessa forma que vai se chegar a uma solução. Precisamos encontrar um caminho de diálogo, de construção, num sentido de que a gente possa gerar outras oportunidades para esse povo; caso contrário, todos os anos a população vai passar pelo mesmo constrangimento. Aconteceram coisas que a gente não quer que aconteça. Crianças e adolescentes saíram machucados dessas ações da Polícia Federal. Não é com explosões, com ações truculentas e violência que as coisas vão se resolver”, opinou.
Nesta terça-feira (16/9), ainda era possível ver as marcas deixadas pela operação que destruiu 71 dragas utilizadas na mineração ilegal no rio Madeira. O deputado-presidente entrou em contato com os prefeitos de Humaitá, Dedei Lobo e de Manicoré, Lúcio Flávio para obter mais informações de como estava o clima nas cidades um dia após a operação.
“Como haveria de ser, os prefeitos Dedei Lobo e Lúcio Flávio estão preocupados com os desdobramentos da operação e insatisfeitos com a forma truculenta com que ela foi realizada. O clima é de apreensão. Estou em constante contato com os prefeitos para que a gente possa ver uma forma conjunta de agir, com o envolvimento da bancada federal e dos deputados desta Casa com o objetivo de evitar outras cenas de guerra como as que vimos na segunda”, afirmou.
Defensoria Pública
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas fez uma manifestação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) requerendo a proibição do uso de explosivos nas operações, alegando que a prática compromete a segurança da população e fere direitos fundamentais. O pedido foi negado.
Depois a operação de segunda-feira, a DPE-AM voltou a solicitar a suspensão do uso de explosivos para destruir as balsas usadas na atividade.
“Como já exposto, o emprego de violência extrema pela União contra povos tradicionais e ribeirinhos no Amazonas, através de artefatos explosivos, tem gerado intensos problemas sociais que conduzem para uma grave crise humanitária na região”, aponta o pedido.
(Foto – Herick Pereira)
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