O início do verão no Hemisfério Norte trouxe temperaturas extremas, resultando em tragédia para os peregrinos que participaram da peregrinação anual a Meca, conhecida como Hajj. De acordo com relatórios recentes, pelo menos 1.081 pessoas perderam a vida durante o evento religioso na Arábia Saudita. O calor sufocante, com temperaturas próximas a 52°C, afetou multidões de visitantes, incluindo centenas de peregrinos que viajaram fora dos canais oficiais do reino e ficaram expostos às condições extremas.
A agência de notícias estatal da Tunísia, Agence Tunis-Afrique-Presse, anunciou terça-feira (18) que 35 cidadãos tunisianos faleceram durante o Hajj, que começou na sexta-feira (15). Muitas dessas mortes foram atribuídas ao calor intenso, conforme relataram familiares nas redes sociais. Alguns parentes ainda procuram seus entes desaparecidos em hospitais na Arábia Saudita.
O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia informou que emitiu 41 licenças de sepultamento na terça-feira (18), buscando permissões para cidadãos falecidos devido à insolação, sem especificar o número total. Mais cedo, o ministério havia comunicado que pelo menos seis jordanianos morreram de insolação durante a peregrinação.
A agência de notícias estatal iraniana IRINN relatou que 11 iranianos morreram e 24 foram hospitalizados durante o Hajj, sem especificar as causas das mortes. Três cidadãos senegaleses também faleceram durante o Hajj, segundo a Agence de Presse Sénégalaise na segunda-feira (17).
Dados do Ministério da Saúde da Indonésia, divulgados na terça-feira (18), indicam que 144 cidadãos indonésios morreram durante a peregrinação, sem confirmação se as mortes foram devido à insolação.
Nas últimas três décadas, tumultos, incêndios em tendas e outros acidentes resultaram em centenas de mortes durante o Hajj, levando o governo saudita a construir novas infraestruturas para melhorar a segurança. Atualmente, as autoridades sauditas enfrentam o desafio de proteger os peregrinos do calor extremo.
Um estudo de 2024 do Journal of Travel and Medicine concluiu que o aumento das temperaturas globais pode agravar o calor mais rapidamente do que as estratégias de mitigação podem acompanhar. Uma pesquisa de 2019 da Geophysical Research Letters afirmou que, com o aumento das temperaturas na já árida Arábia Saudita devido às mudanças climáticas, os peregrinos do Hajj enfrentarão um “perigo extremo”.
O Hajj é uma peregrinação anual que milhões de muçulmanos fazem a Meca para cumprir rituais religiosos ensinados pelo profeta Maomé há 14 séculos. Uma fonte da área de saúde saudita informou à Reuters que não houve um número incomum de mortes entre os peregrinos, apesar das temperaturas extremamente altas. Até agora, o ministério tratou mais de 2.700 peregrinos por doenças relacionadas ao calor.
“O Hajj é uma tarefa árdua, exigindo esforço para realizar os rituais mesmo sob condições de calor e multidões”, disse um peregrino egípcio à Reuters no domingo (16). Os peregrinos usaram guarda-chuvas para se proteger do sol, com autoridades sauditas aconselhando a hidratação constante e a evitar a exposição direta ao sol entre 11h e 15h.
Considerada uma das maiores reuniões em massa do mundo, o Hajj é uma obrigação única na vida para muçulmanos fisicamente aptos e financeiramente capazes de participar. Esperava-se que mais de 1,8 milhão de peregrinos participassem este ano, conforme a Autoridade Geral Saudita para Estatísticas.

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