Avião que saiu de Manaus cai em rio em Tefé; piloto afirma que destino era Japurá

avião cai em rio Tefé

Uma aeronave de pequeno porte, que partiu de Manaus, caiu na última sexta-feira (8) em um rio do município de Tefé, a cerca de 522 km da capital amazonense. O incidente, ocorrido próximo à usina da Aggreko, teve um desfecho menos trágico do que se poderia esperar. O piloto de 32 anos, cuja identidade não foi divulgada, sofreu apenas ferimentos leves e conseguiu sair da aeronave sozinho. Ele foi localizado pela polícia enquanto tentava rebocar o avião até a margem com a ajuda de uma canoa.

A Polícia Militar do Amazonas informou que o piloto, ao ser abordado, relatou ter saído de Manaus com destino ao município de Japurá, fronteira com a Colômbia. De lá, ele alegou que seguiria até uma área de garimpo, mas, durante o percurso, o avião teria sofrido uma pane, obrigando-o a realizar um pouso forçado no rio. Contudo, o piloto, que residiria no estado de Rondônia, não possuía qualquer documentação pessoal ou do avião, o que levantou suspeitas.

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Itens apreendidos e investigação em andamento

Durante uma inspeção realizada no local da queda e no interior da aeronave, policiais militares e civis averiguaram a possibilidade de envolvimento em atividades ilícitas. No entanto, não foram encontrados materiais ilegais no avião. Foram apreendidos dois celulares, um comunicador por satélite, um balde contendo gasolina e R$ 300 em dinheiro. O caso foi encaminhado para a 5ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Tefé, onde autoridades investigam as condições do voo e o trajeto relatado pelo piloto.

A Polícia Civil agora conduz uma investigação para determinar a procedência da aeronave e verificar se o piloto possui habilitação para operar a aeronave. Além disso, as autoridades estão apurando se há relação entre o destino declarado, uma área de garimpo no interior de Japurá, e a falta de documentos.

Possível ligação com garimpo e reforço na fiscalização

O acidente reacendeu discussões sobre a fiscalização de voos em áreas remotas da Amazônia, especialmente em regiões próximas a áreas de garimpo e fronteira. Nos últimos anos, o aumento das atividades ilegais, incluindo o garimpo, em áreas de difícil acesso tem levado as autoridades a intensificar o monitoramento. Em 2023, o governo estadual ampliou operações de combate ao garimpo ilegal na região, mas o incidente mostra que ainda há dificuldades logísticas e operacionais para conter atividades suspeitas em áreas remotas.

O comandante da Polícia Militar de Tefé reforçou a importância da colaboração da população em denúncias, afirmando que as informações do público podem ser cruciais para impedir crimes em áreas de difícil acesso. Denúncias podem ser feitas pelo disque-denúncia 181 ou pelo número 190, e o sigilo dos denunciantes é garantido.

Segurança dos voos e prevenção de acidentes

O caso também levanta questões sobre a segurança das aeronaves que operam em áreas da floresta Amazônica. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que aguarda detalhes da investigação para verificar se a aeronave possuía certificação e se o piloto tinha licença regular para pilotar. Em nota, a ANAC destacou que, embora a aviação de pequeno porte seja fundamental para a locomoção em regiões isoladas, o uso irregular de aeronaves pode trazer riscos à segurança e dificultar a fiscalização.

A Polícia Civil ainda não divulgou conclusões sobre o acidente, mas, conforme a investigação avança, mais detalhes podem surgir, ajudando a elucidar as intenções e a real trajetória do piloto e da aeronave.

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Foto: Divulgação / PMAM

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