Comunidades da Amazônia recebem flutuante para beneficiar pirarucu

Comunidades da Amazônia recebem flutuante para beneficiar pirarucu

O novo flutuante de pré-beneficiamento instalado na comunidade Santa Luzia do Jussara, localizada no município de Fonte Boa (a mais de 700 quilômetros de Manaus), representa uma melhora na infraestrutura para o manejo sustentável do pirarucu. O novo espaço oferece proteção contra sol e chuva, condições sanitárias adequadas, com uso de água limpa, pisos laváveis e superfícies de aço inox, que garantem higiene durante todo o processo de pré-beneficiamento, desde a retirada das vísceras até a preparação inicial do pescado, diferente do anterior que não contava com proteção, tinha pisos irregulares e obrigava o tratamento do pescado diretamente no chão.

A entrega faz parte do projeto “Sistema de Rastreabilidade: Inovação e Inteligência de Mercado na Cadeia Produtiva do Pirarucu da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá”, executado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com o apoio da Positivo Tecnologia, por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) — política pública da Suframa, coordenada pelo Idesam.

Além da higiene, a estrutura do flutuante foi planejada para melhorar a ergonomia dos manejadores. Bancadas de altura adequada permitem que o trabalho seja realizado em pé, evitando que os ribeirinhos precisem se agachar, como era feito no flutuante anterior, reduzindo desgaste físico e riscos de problemas na coluna.

Para os manejadores, a mudança representou não apenas melhores condições sanitárias, mas também qualidade de vida no trabalho. O manejador, Pedro de Souza, recorda: “Na outra casa, a gente tratava o peixe no assoalho. Agora temos todos os instrumentos necessários, e melhorou muito porque pelo menos não ficamos mais ‘acocados’ (abaixados). Antes nossa coluna doía demais e agora, tratando o peixe em pé, fica muito melhor para a gente”, comenta.

A tecnologia aplicada na construção do flutuante contou com a contribuição do Instituto Mamirauá, referência em pesquisas socioambientais na Amazônia, que reforça que o modelo adotado é fruto de uma tecnologia social. “É um conhecimento aberto e compartilhado, que pode ser utilizado por todos. Ao mesmo tempo, temos a responsabilidade de garantir que esse saber seja usado de forma adequada e em benefício das comunidades”, explica a coordenadora do Núcleo de Inovação do Instituto, Tabatha Benitz.

O flutuante incorpora tecnologia sustentável, com painéis solares que fornecem energia limpa para iluminação e equipamentos, alinhando produtividade e cuidado ambiental. O espaço amplo, iluminado e ventilado, representa uma transformação na rotina das comunidades, garantindo qualidade, segurança e dignidade no trabalho, e fortalecendo o manejo sustentável do pirarucu na RDS Mamirauá.

A ação beneficia diretamente 56 manejadores e 45 famílias das comunidades Santa Luzia, Mangueira e Catiti. “Essa base será muito importante para todos que atuam com o manejo do pirarucu. Só a nossa comunidade consegue gerar em torno de 25 a 27 toneladas, ao ano, gerando uma boa renda para cada sócio”, comenta Antônia Nete dos Santos, presidente da comunidade Jussara.

Para Leandro Rosa dos Santos, Vice-presidente de Estratégia e Inovação da Positivo Tecnologia, projetos como este mostram como o setor privado pode ser um aliado estratégico no desenvolvimento econômico sustentável. “Agir pela valorização da sociobioeconomia e o fortalecimento de cadeias produtivas que transformam a realidade local, garantindo qualidade de vida, dignidade no trabalho e conservação do meio ambiente é papel das empresas que atuam na Zona Franca de Manaus. Destinar os recursos provenientes a essa iniciativa é motivo de orgulho para nós”.

Thiago Boutin, Líder Técnico de PD&I da empresa, acrescenta: “Apoiar o manejo sustentável do pirarucu é mais do que investir em infraestrutura: é investir no futuro da Amazônia e das comunidades que vivem dela. Como uma empresa 100% brasileira, enxergamos a importância de contribuir para iniciativas que unem inovação, preservação ambiental e geração de renda”.

O elo entre comunidades e o mercado gastronômico

O avanço na infraestrutura também se reflete na inserção mais qualificada e eficiência produtiva do pirarucu de manejo no mercado. Por meio do ‘’Gigantio’’, iniciativa da FAS que vai conectar associações e cooperativas comunitárias a chefs e restaurantes, o pescado ganha valorização no setor gastronômico e se transforma em vetor de desenvolvimento regional.

“Isso é inteligência de mercado: agregar valor e qualidade ao pirarucu de manejo sustentável, reforçando iniciativas como o Gigantio, clube de assinatura que comercializa o peixe diretamente com o setor gastronômico e hoteleiro”, explica Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da FAS.

Mais do que um produto da sociobioeconomia, o pirarucu representa o real sentido do empreendedorismo sustentável na Amazônia profunda, que respeita os limites da natureza, garante renda digna para os comunitários e impulsiona a economia regional. Cada peixe manejado e comercializado carrega consigo a história de famílias que, ao mesmo tempo em que empreendem, atuam na conservação ambiental da Amazônia.

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares de famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

Sobre o PPBio

O Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) foi criado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em 2019, é coordenado pelo Idesam e tem como objetivo principal direcionar recursos provenientes dos investimentos obrigatórios em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), previstos pela Lei de Informática, para fomentar a criação de novos produtos, serviços e negócios voltados à bioeconomia na Amazônia. Além de impulsionar soluções voltadas ao desenvolvimento sustentável da região, o PPBio também busca conectar o potencial da Amazônia a soluções inovadoras e sustentáveis.

Sobre a Positivo Tecnologia

A Positivo Tecnologia é uma empresa brasileira de tecnologia que desenvolve, fabrica e comercializa computadores, celulares, tablets, dispositivos para casas e escritórios inteligentes, servidores e demais soluções para infraestrutura de TI, além de máquinas de pagamento e tecnologias educacionais. Também oferece serviços gerenciados de TI. O conjunto de produtos e serviços é voltado para consumidores finais, empresas, condomínios residenciais, escolas e instituições públicas. A Companhia foi fundada em 1989, possui sede administrativa em Curitiba (PR), fábricas em Ilhéus (BA) e Manaus (AM), além de presença em 17 países da América Latina, principalmente Argentina, México, Colômbia, assim como Ásia, na China e Taiwan. O portfólio de marcas e negócios é composto por Positivo, Positivo Casa Inteligente, Positivo Servers & Solutions, Positivo SEG, Positivo S+, Positivo Soluções em Pagamentos, VAIO, Infinix e Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação. Informações adicionais podem ser obtidas em www.positivotecnologia.com.br. Para saber as últimas notícias sobre a Positivo Tecnologia, visite Sala de Imprensa, assim como os perfis da Companhia no LinkedIn, Facebook e Instagram.

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