O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, se tornou feriado nacional em 2023, após a sanção da Lei nº 14.759 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2024, a data se consolida no calendário como um momento de reflexão sobre a história, a cultura e a luta pela igualdade racial no país.
A celebração é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo da América Latina e símbolo da resistência negra contra a escravidão. Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, após liderar uma das mais importantes lutas por liberdade no Brasil. O Quilombo dos Palmares, localizado na região onde hoje é Alagoas, abrigou milhares de escravizados fugitivos, tornando-se um ícone da resistência à opressão colonial.
Reconhecimento e mudança histórica
A oficialização como feriado nacional ocorreu no ano passado, quando a Lei nº 14.759 foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente. Antes disso, o Dia da Consciência Negra era feriado apenas em alguns estados e municípios, como São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
A mudança teve origem no Projeto de Lei 3.268/21, aprovado pela Câmara e pelo Senado, como parte de um esforço coletivo para ampliar a visibilidade e a importância da data. A medida foi celebrada por movimentos sociais e organizações negras como um avanço no reconhecimento das contribuições e da luta da população afrodescendente no Brasil.
Um dia para refletir e agir
Mais do que um dia de descanso, o feriado é uma oportunidade de aprofundar discussões sobre a história do racismo no Brasil, a luta por igualdade de direitos e a valorização da cultura afro-brasileira. Diversas atividades são realizadas em todo o país, como palestras, seminários, manifestações culturais e atos públicos.
O objetivo é não apenas lembrar o legado de Zumbi dos Palmares, mas também promover debates sobre a inclusão racial e a superação das desigualdades estruturais que ainda afetam a população negra. Dados recentes mostram que os negros continuam sendo a maioria entre os pobres e enfrentam maiores índices de desemprego e violência no país.
Movimento negro e a origem do Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra foi criado na década de 1970, quando ativistas do movimento negro decidiram questionar a celebração do 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea, que aboliu formalmente a escravidão em 1888. Para os militantes, o 13 de maio simbolizava uma visão eurocêntrica e elitista da abolição, ignorando a resistência e o protagonismo negro na luta pela liberdade.
Assim, o 20 de novembro foi escolhido por marcar a morte de Zumbi dos Palmares, representando a força e a luta de milhares de negros que buscaram a liberdade com suas próprias mãos. Desde então, a data se tornou um símbolo de resistência e uma oportunidade para discutir temas como reparação histórica, racismo estrutural e políticas de ação afirmativa.
Impactos do feriado em 2024
Agora em 2024, o feriado nacional já faz parte da rotina de todos os brasileiros, influenciando tanto as esferas culturais quanto econômicas. Eventos artísticos, culturais e educacionais são organizados por escolas, instituições públicas e organizações não-governamentais, enquanto empresas e governos aproveitam a ocasião para promover a diversidade e a inclusão.
Para muitas cidades, o feriado também representa um impulso no turismo cultural, com apresentações de capoeira, rodas de samba, exposições e feiras gastronômicas que celebram a riqueza da cultura afro-brasileira.
Avanços e desafios
Apesar do avanço significativo representado pelo feriado nacional, especialistas e ativistas alertam que ainda há muito a ser feito. O racismo permanece um problema estrutural no Brasil, impactando a vida de milhões de pessoas em áreas como educação, saúde, segurança pública e mercado de trabalho.
Além disso, a data também é alvo de resistências, especialmente por setores que questionam a criação de novos feriados e os impactos econômicos associados. No entanto, defensores destacam que a importância do Dia da Consciência Negra vai além das questões econômicas, sendo um marco fundamental para o reconhecimento da história e da identidade do povo negro no Brasil.
Legado para as próximas gerações
Com o feriado consolidado em 2024, o Dia da Consciência Negra se afirma como uma data que une memória e luta. É um convite à sociedade para repensar sua história, valorizar a diversidade e se engajar na construção de um país mais igualitário.
Movimentos sociais esperam que o reconhecimento oficial sirva como ponto de partida para avanços mais concretos em políticas públicas e na promoção da igualdade racial. Enquanto isso, o legado de Zumbi dos Palmares continua inspirando novas gerações a resistirem e lutarem por um Brasil mais justo.
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(Arte de capa: Reprodução Internet)
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