Neste domingo (28), mais de vinte e um milhões de eleitores venezuelanos dirigem-se às urnas eletrônicas para escolher o próximo presidente do país. O pleito é resultado de um acordo entre o atual presidente, Nicolás Maduro, e a oposição, assinado em outubro de 2023, como uma tentativa de aliviar as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
A votação ocorre das 07h às 19h, com a apuração imediatamente após o encerramento das urnas. Os resultados devem ser conhecidos entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira. A promessa inicial era de eleições livres, com a participação internacional para garantir a lisura do processo. A cúpula militar da Venezuela é aliada ao presidente, mas segundo o ministro da Defesa da Venezuela, General Vladimir Padrino Lópes, “será respeitada a decisão do povo através do CNE (Conselho Nacional Eleitoral). – “Quem vencer que assuma seu projeto de Governo e quem perder, que vá descansar, isso é tudo”, disse ele.
Maduro pede desculpas por impedir ex-líderes de monitorar eleições
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu desculpas neste sábado (27), pela proibição de entrada de um grupo de ex-presidentes, congressistas e ex-parlamentares que haviam sido convidados pela oposição para observar as eleições presidenciais deste domingo.
“Peço desculpas porque na Espanha, no México e no Panamá ficaram irritados com a Venezuela porque devolvemos essa gente. Peço desculpas por ter mandado de volta [Vicente] Fox para o México, Mireya Moscoso para o Panamá. As pessoas estavam muito bravas no Panamá e na Espanha”, disse Maduro em um encontro com observadores internacionais convidados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O candidato da oposição, Edmundo González, ex-diplomata de 74 anos, lidera as pesquisas com 59,1% das intenções de voto, enquanto Maduro registra 44,2%. González, que representa a coalizão “Plataforma Unitária Democrática (PUD)”, atraiu apoio significativo, inclusive de antigos simpatizantes do partido governante. Sua nomeação ocorreu após as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris serem impedidas de concorrer pelo regime de Maduro.
María Corina Machado, mesmo não estando na cédula, desempenha um papel fundamental ao promover o nome de González. Ela venceu as prévias da oposição com mais de 90% de apoio e era favorita para derrotar Maduro nas eleições. No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça a inabilitou para cargos públicos por 15 anos.
Curiosamente, a foto de Nicolás Maduro aparecerá 13 vezes na tela da urna de votação, representando as organizações políticas que apoiam sua candidatura. As cédulas deste ano contém 38 fotos, e as regras eleitorais permitem que os candidatos apareçam tantas vezes quanto o número de partidos que os apoiam. Além de Maduro, outros nove candidatos estão na cédula, mas Edmundo González Urrutia é o único com chances reais de negar ao presidente um terceiro mandato.
Manifestações no Brasil em favor de Edmundo González
Hoje (28), mais de 30 cidades brasileiras serão palco de manifestações em apoio ao candidato Edmundo González Urrutia. A mobilização internacional, divulgada pela Redeven (Rede de Venezuelanos no Brasil), ocorrerá em locais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Juiz de Fora, Joinville, Porto Alegre, Recife e Cuiabá
Migrantes venezuelanos utilizam rotas alternativas para entrar no Brasil após fechamento de fronteira
Devido ao fechamento da fronteira venezuelana em função das eleições presidenciais deste domingo (28), migrantes estão atravessando para o Brasil por meio de rotas não oficiais que levam a Pacaraima, no Norte de Roraima. Essa situação remete a episódios anteriores de fechamento de fronteira. Após o comunicado de que venezuelanos estavam atravessando a fronteira, militares da Guarda Nacional Bolivariana marcaram presença na divisa entre os dois países.
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