Festa histórica do 33º título do Garantido lota Sambódromo de Manaus com milhares de torcedores

Uma multidão tomou conta do Sambódromo de Manaus na noite do último sábado (5) para celebrar em grande estilo o 33º título do Boi-Bumbá Garantido, conquistado no 58º Festival Folclórico de Parintins. O evento, marcado por emoção, música e fortes demonstrações de orgulho cultural, reuniu milhares de torcedores encarnados que lotaram completamente o espaço, forçando inclusive o fechamento dos portões para evitar superlotação.

A festa teve início com apresentações dos itens oficiais do boi, que trouxeram para a capital amazonense o mesmo espírito vibrante das noites no bumbódromo de Parintins. A Batucada, coração rítmico do Garantido, embalou o público que cantou em uníssono as toadas que marcaram a trajetória vitoriosa deste ano. O boi vermelho, símbolo máximo da nação encarnada, fez sua aparição levantando ainda mais o clima de euforia entre os presentes.

O título foi confirmado no dia 30 de junho, quando o Garantido encerrou sua participação no festival com o tema “Boi do povo, boi do povão”. A apresentação ressaltou a forte ligação do bumbá com suas raízes afro-indígenas e a essência popular que sustenta a história do boi vermelho. A vitória teve um gosto especial para a torcida, já que encerrou um jejum de seis anos sem conquistas no festival, consolidando o Garantido como o maior campeão da história de Parintins.

A comemoração também foi marcada pela despedida emocionante de Valentina Coimbra, sinhazinha do boi nos últimos cinco anos, que se apresentou pela última vez como item oficial, declarando ter cumprido sua missão junto à nação encarnada. Além disso, o tripa Denildo Piçanã também se despediu das arenas após marcar gerações com sua performance.

O clima de celebração no Sambódromo foi um reflexo do sucesso do Garantido na arena em Parintins. Em 2025, o boi abriu o festival com o tema “O Ecoar das Vozes da Floresta”, dentro do projeto “Boi do Povo, Boi do Povão”, exaltando a diversidade dos povos indígenas e a força da floresta amazônica com rituais como “Moyngo, A Iniciação Maragareum” e a lenda “Tapyra’yawara”. Na segunda noite, o tema “Garantido, Patrimônio do Povo” trouxe à tona as raízes afro-brasileiras com destaque para o “Ritual Ajié”, liderado pelo pajé Adriano Paketá. Já a última noite, intitulada “Garantido, Boi do Brasil”, celebrou a cultura popular do país e prestou homenagem ao compositor Chico da Silva, encerrando o festival com a lenda “A Deusa das Águas”.

A festa no Sambódromo reafirma a força da cultura popular amazonense e destaca a união entre o boi, seus artistas e a galera encarnada, que segue firme na preservação das tradições folclóricas da região. O Garantido mostrou mais uma vez porque é considerado o boi do povo e símbolo de resistência cultural na Amazônia.

(Foto: Divulgação/Sec)

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