As Forças Armadas de Israel anunciaram nesta quinta-feira (17) a morte de Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas e apontado como o mentor dos atentados de 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista invadiu Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 230. Sinwar, um dos principais alvos do governo israelense, foi eliminado durante uma operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, sua cidade natal.
A morte de Sinwar é vista como um marco significativo na guerra entre Israel e o Hamas, que já dura mais de um ano. Ele havia assumido a liderança do grupo em agosto de 2024, após a morte de Ismail Haniyeh, também assassinado por Israel. Sinwar, no entanto, chefiou o Hamas por apenas dois meses, o menor período já registrado para um comandante do grupo, já que o escalão superior do Hamas foi dizimado por bombardeios israelenses desde o início do conflito.
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Caçada intensa e apoio dos EUA
Desde o início da guerra, a captura ou eliminação de Sinwar era uma prioridade para o governo israelense, especialmente após os ataques de outubro de 2023, considerados os mais devastadores contra Israel em décadas. O Exército israelense e o Shin Bet, serviço secreto do país, conduziram inúmeras operações de inteligência, apoiadas pelos Estados Unidos. O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, confirmou o envolvimento da inteligência americana na localização de Sinwar.
Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, detalhou que a operação final foi resultado de um cerco cuidadosamente planejado na região de Rafah, onde Sinwar nasceu e conhecia profundamente o terreno. “Foi um processo de isolamento e ataques constantes para garantir que ele não tivesse como escapar”, afirmou Hagari.
Identificação de Sinwar
Durante o confronto que resultou na morte de Sinwar, dois outros militantes do Hamas também foram mortos. No entanto, a confirmação da identidade do líder terrorista só foi feita após exames de DNA e a análise de sua arcada dentária. Os soldados israelenses desconfiaram que um dos combatentes mortos seria Sinwar e procederam com a coleta das amostras no local. A imprensa israelense destacou que a identificação foi rápida, levando apenas algumas horas para confirmar que o líder do Hamas estava entre os mortos.
Repercussão da morte e implicações para o conflito
Em pronunciamento à nação, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, destacou a importância da eliminação de Sinwar, mas alertou que “a guerra está longe de acabar”. Ele reforçou que Israel continuará suas operações militares até desmantelar completamente o Hamas. A morte de Sinwar representa uma grande vitória para o governo israelense, mas especialistas alertam que o vácuo de poder deixado no Hamas pode intensificar ainda mais o conflito, com possíveis retaliações.
O Irã, um dos principais apoiadores do Hamas e do Hezbollah, também se manifestou com duras críticas a Israel. O governo iraniano, que já havia lançado ataques contra Israel em retaliação à morte de líderes do Hezbollah e do Hamas no ano passado, promete novas ações, elevando ainda mais a tensão na região.
Quem foi Yahya Sinwar?
Yahya Sinwar, nascido em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, era conhecido como um dos líderes mais influentes e cruéis do Hamas. Antes de assumir a liderança máxima do grupo, ele governou Gaza por seis anos, consolidando seu poder na região. Sinwar passou 23 anos em prisões israelenses, cumprindo quatro penas de prisão perpétua por seu envolvimento em assassinatos de soldados israelenses e de palestinos que colaboravam com Israel.
Libertado em 2011, como parte de uma troca de prisioneiros que devolveu o soldado israelense Gilad Shalit a Israel, Sinwar logo retomou seu papel central dentro do Hamas. Fluente em hebraico, ele usava seu tempo na prisão para estudar Israel e desenvolver estratégias de combate. Em 2018, durante negociações para um cessar-fogo, ele enviou uma mensagem ao primeiro-ministro Netanyahu com as palavras “risco calculado”, escrita em hebraico, o que simbolizou seu perfil estratégico e implacável.
Com a morte de Sinwar, o Hamas enfrenta um momento de incerteza. Desde o início da guerra com Israel, o grupo perdeu grande parte de sua liderança, o que pode dificultar sua reorganização. No entanto, a capacidade do Hamas de se reconstituir, mesmo após perdas significativas, é conhecida, e o temor de uma escalada ainda maior do conflito, especialmente com o Hezbollah e o Irã, persiste.
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Foto: REUTERS/Mohammed Salem/File Photo
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