O exército israelense anunciou, nesta terça-feira (8), a morte de Suhail Hussein Husseini, um dos principais comandantes do Hezbollah, em um ataque aéreo nas proximidades de Beirute. Husseini era responsável por coordenar operações estratégicas e armamentistas do grupo, incluindo o gerenciamento de transferências de armas provenientes do Irã, segundo comunicado oficial divulgado por Israel.
Operação terrestre se expande
A ofensiva israelense faz parte de uma nova fase de sua operação terrestre no Líbano, agora com foco no sudoeste do país, onde o Hezbollah mantém presença ativa. A 146ª Divisão do exército de Israel foi mobilizada para realizar o que foi descrito como “operações limitadas e direcionadas”, com o objetivo de enfraquecer a infraestrutura do grupo libanês, considerado uma das maiores ameaças ao Estado israelense.
O ataque contra Husseini é visto como mais um golpe significativo nas forças do Hezbollah, que já havia sofrido uma grande perda no mês passado, quando o líder Hassan Nasrallah foi morto em um ataque aéreo israelense no sul de Beirute. A morte de Nasrallah foi considerada a mais impactante para o Hezbollah em décadas, desestabilizando temporariamente sua cadeia de comando.
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Suhail Husseini: um nome estratégico no Hezbollah
Husseini era uma figura de destaque dentro do Hezbollah, exercendo papel fundamental no tráfico de armas avançadas entre o Irã e as unidades operacionais do grupo. Ele também integrava o conselho da Jihad, a liderança militar mais sênior da organização. Sua morte representa um golpe direto à capacidade do Hezbollah de manter suas operações militares e logísticas no Líbano.
De acordo com o comunicado israelense, Husseini era uma peça-chave para assegurar que armamentos sofisticados chegassem ao Hezbollah, o que inclui mísseis de alta precisão que poderiam ameaçar as cidades israelenses. Essa rede de fornecimento tem sido alvo constante de Israel, que busca interromper o fluxo de armas provenientes do Irã para o Hezbollah e outros grupos aliados na região.
Tensão crescente na região
O assassinato de Husseini ocorre em um momento de escalada das tensões entre Israel e grupos militantes libaneses e palestinos. Nos últimos meses, o Hezbollah intensificou suas ações na fronteira israelense-libanesa, enquanto o Hamas, na Faixa de Gaza, continua a desafiar o exército israelense com ataques periódicos. A ofensiva em solo libanês é uma clara resposta de Israel ao que considera uma ameaça crescente em suas fronteiras norte e sul.
Os recentes avanços militares de Israel em território libanês, incluindo operações aéreas e terrestres, indicam uma estratégia de longo prazo para enfraquecer tanto o Hezbollah quanto o Hamas, por meio da eliminação de suas lideranças. Especialistas em segurança avaliam que a morte de Husseini, se confirmada, não só enfraquecerá o comando militar do Hezbollah, mas também poderá ter impacto na capacidade operacional do grupo em um futuro próximo.
Um cenário volátil
A expansão das operações israelenses no Líbano coloca a região em uma situação cada vez mais volátil. Com a perda de figuras chave como Nasrallah e Husseini, o Hezbollah pode enfrentar dificuldades para reorganizar suas fileiras em um curto espaço de tempo. Contudo, o grupo tem demonstrado uma notável resiliência ao longo das décadas, e analistas alertam que a resposta do Hezbollah pode incluir uma intensificação de ataques contra Israel, o que levaria a uma nova rodada de violência na região.
Além disso, a intervenção do Irã, aliado próximo do Hezbollah, é um fator que complica ainda mais o cenário. Teerã tem fornecido apoio militar e logístico ao grupo, e a continuidade dessa aliança será crucial para a recuperação do Hezbollah após essas perdas.
Reações internacionais
A comunidade internacional acompanha com preocupação o desdobramento da crise entre Israel e o Hezbollah. As Nações Unidas e potências ocidentais, como os Estados Unidos e a França, têm apelado por uma desescalada do conflito, temendo uma guerra de maior escala que envolva o Líbano e outros países do Oriente Médio. Entretanto, Israel defende suas ações como legítimas medidas de autodefesa frente ao que considera uma ameaça iminente em suas fronteiras.
O cenário permanece tenso, com a expectativa de que novos ataques possam ocorrer nos próximos dias. A morte de Husseini marca mais um capítulo na longa e complexa história de confrontos entre Israel e o Hezbollah, enquanto a estabilidade da região continua a ser questionada.
Foto: Omar Al-Qatta / AFP
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