Lula propõe governança global para inteligência artificial na Cúpula do G7

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Nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a criação de uma governança global e representativa para a inteligência artificial, visando compartilhar seus benefícios de maneira equitativa. Durante a sessão de engajamento externo da Cúpula do G7, Lula criticou as atuais instituições de governança por perpetuarem privilégios.

O evento, realizado em Borgo Egnazia, na região da Puglia, no sul da Itália, começou na quinta-feira (13) e se encerra amanhã (15). A sessão de trabalho teve discursos da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e do papa Francisco. Embora a fala de Lula não tenha sido transmitida, o texto foi divulgado pelo Palácio do Planalto.

Lula destacou que os desafios atuais incluem a promoção de uma revolução digital inclusiva e o combate às mudanças climáticas. Ele enfatizou que a inteligência artificial pode ajudar os Estados a implementar políticas públicas ambientais e a facilitar a transição energética.

“A dupla transição deve focar na dignidade humana, na saúde do planeta e na responsabilidade com as futuras gerações. Na área digital, há uma concentração sem precedentes de poder nas mãos de poucas pessoas e empresas, localizadas em poucos países. A inteligência artificial agrava essas oportunidades, riscos e assimetrias”, afirmou Lula.

O presidente ressaltou que o uso da inteligência artificial deve respeitar os direitos humanos, proteger dados pessoais e promover a integridade da informação. Ele defendeu uma inteligência artificial que reflita a diversidade cultural e linguística do Sul Global, desenvolva a economia digital e promova a paz.

Lula também destacou a importância da África no enfrentamento dos desafios globais. “Com seus 1,5 bilhão de habitantes e vasto território rico, a África tem imensas possibilidades para o futuro. A força criativa de sua juventude não pode ser desperdiçada. Muitos países africanos estão próximos da insolvência e destinam mais recursos ao pagamento da dívida externa do que à educação ou saúde, perpetuando a instabilidade social e política”, disse.

A Cúpula do G7, composta por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, também contou com a participação de países convidados, incluindo a África do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Índia, Jordânia, Mauritânia, Quênia e Turquia. Organismos internacionais como a União Europeia, ONU, FMI, Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento e OCDE também foram representados.

Lula terá diversos encontros bilaterais com líderes presentes no evento hoje e amanhã, retornando ao Brasil no domingo (16).

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