Mais de 60% dos indígenas do Amazonas vivem em áreas urbanas, revela IBGE

Mais de 60% dos indígenas do Amazonas vivem em áreas urbanas, revela IBGE

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseada no Censo 2022, aponta que 62,3% da população indígena do Amazonas vive em áreas urbanas, representando 305.866 pessoas. Em contraste, 185.069 indígenas, ou 37,7%, habitam áreas rurais no estado. A pesquisa revela tendências de urbanização e migração que refletem a busca por oportunidades econômicas e de acesso a serviços, mas também destaca a preservação de modos de vida tradicionais em áreas rurais.

População em terras indígenas

Entre os indígenas que vivem em terras indígenas, 149.080 pessoas foram contabilizadas, o equivalente a 30,4% do total. Destes, 77,8% residem em áreas rurais (116.010), enquanto 22,2% estão em áreas urbanas (33.070). Já fora de terras indígenas, a urbanização é ainda mais evidente, com 69,6% da população indígena (341.855 pessoas) vivendo em cidades.

“Esses dados refletem um contraste entre a urbanização fora de terras indígenas e a forte ruralidade dentro delas, reforçando a importância dos territórios indígenas na preservação de modos de vida tradicionais”, explicou o IBGE.

Os municípios com maior população indígena

Segundo o levantamento, Manaus lidera com a maior população indígena no estado, concentrando 71.691 indivíduos, dos quais 69.747 estão em áreas urbanas. A capital reflete o impacto da urbanização e da migração em busca de oportunidades econômicas e sociais.

Outros municípios de destaque são:

  • São Gabriel da Cachoeira: 48.256 indígenas, um dos principais polos culturais e tradicionais indígenas;
  • Tabatinga: 34.497 indígenas, mostrando a influência indígena na região da tríplice fronteira;
  • São Paulo de Olivença: 26.619 indígenas;
  • Autazes: 20.447 indígenas;
  • Tefé: 20.394 indígenas;
  • Santo Antônio do Içá: 18.882 indígenas.

Em áreas rurais, São Gabriel da Cachoeira lidera com 24.913 indígenas, seguido por Maués (8.092), Tabatinga (8.406), São Paulo de Olivença (8.354) e Santo Antônio do Içá (5.019).

Urbanização e desafios indígenas

Os dados demonstram uma mudança significativa no perfil da população indígena do Amazonas, com maior migração para áreas urbanas em busca de oportunidades, mas com desafios relacionados à integração cultural, acesso a infraestrutura e serviços básicos como saúde e educação.

Enquanto isso, as áreas rurais e terras indígenas continuam sendo fundamentais para a preservação das tradições e culturas indígenas. Municípios como São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro evidenciam uma forte presença indígena em regiões de difícil acesso, onde persistem desafios para o desenvolvimento e a infraestrutura.

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(Capa: Cacique Ismael Munduruku e criança da comunidade indígena Parque das Tribos. Foto: Chico Batata)

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