PC-AM prende suspeitos de tortura e homicídio em Barreirinha

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A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) realizou segunda-feira (04/11) a prisão de Alexsandro da Silva Araújo, de 25 anos, e Ramon Pedrosa da Silva, de 28, ambos acusados de envolvimento no assassinato de Elzias Araújo dos Santos. O crime aconteceu no dia 13 de outubro no distrito do Ariaú, zona rural de Barreirinha, a 331 km de Manaus, e teria sido motivado por uma onda de vingança e violência após Elzias ser acusado de matar Fredi Gomes Pereira.

De acordo com o delegado Adanor Porto, titular da 42ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Barreirinha, Elzias Araújo foi morto após assassinar Fredi Pereira a mando da ex-companheira dele. As investigações apontam que, no dia dos homicídios, os envolvidos estavam consumindo bebidas alcoólicas, o que culminou em um acerto de contas com o desfecho fatal.

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Contexto do crime e motivações

Conforme o relato da autoridade policial, Fredi Pereira teria sido morto a golpes de terçado desferidos por Elzias. Segundo depoimentos, a ex-companheira de Fredi teria encomendado a morte em razão de um histórico de agressões e ameaças que sofria. Ela, no entanto, nega as acusações e afirma não ter envolvimento no crime.

Logo após assassinar Fredi, Elzias tentou se esconder, mas foi encontrado poucas horas depois. De acordo com a investigação, ele foi brutalmente torturado por um grupo de homens, entre eles, Alexsandro e Ramon. A ação teria sido comandada por Raimundo Mansueto Garcia Gaia, conhecido como “Pacuzinho”, apontado como presidente da comunidade local e tido como uma liderança temida na região.

Detalhes da tortura e prisões realizadas

De acordo com o delegado Porto, Elzias foi severamente agredido, com golpes de pauladas principalmente na região do peito e da face, resultando em uma morte violenta e cruel. Além de Alexsandro e Ramon, outros envolvidos na execução do crime foram identificados e presos: Raimundo Mansueto, o “Pacuzinho”, de 56 anos, e Natalino de Araújo Gomes, de 30, também chamado de “Natal”. Ambos foram detidos no dia 31 de outubro.

“O que observamos é que este homicídio foi um ato de vingança brutal. Elzias foi localizado e morto a mando de lideranças locais que pretendiam ‘fazer justiça com as próprias mãos’, como relataram testemunhas,” afirmou o delegado Porto.

Alexsandro e Ramon, presos sob acusação de homicídio qualificado, aguardam agora as deliberações judiciais e estão à disposição da Justiça.

Implicações e repercussão

O caso trouxe à tona discussões sobre a atuação de líderes comunitários em regiões remotas do Amazonas, onde muitas vezes a ausência do Estado propicia a interferência de lideranças locais em atos de “justiça” informal. Moradores da área, que preferiram não se identificar, relataram que Pacuzinho teria histórico de resolver conflitos locais de forma violenta, intimidando os habitantes com seu poder.

A Polícia Civil segue com as investigações para garantir que todos os responsáveis pelo crime sejam identificados e punidos. Em nota, as autoridades destacaram o compromisso em conter o avanço de crimes de vingança que têm ocorrido na região e reforçaram que estão intensificando a presença de forças de segurança nas áreas mais afastadas do município.

Esse caso se soma a uma série de crimes violentos que têm ganhado repercussão no interior do Amazonas, onde questões de vingança, falta de proteção às mulheres em relações abusivas e autoproclamados “justiceiros” se misturam com consequências trágicas. A PC-AM reforça que qualquer denúncia de violência, seja doméstica ou comunitária, pode ser feita através do número 181, com garantia de sigilo para os denunciantes.

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Foto: Divulgação

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