Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial e Parlamento reage com votação de emergência

Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial e Parlamento reage com votação de emergência. Getty Images

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, declarou nesta terça-feira (3) a imposição da lei marcial no país, argumentando que a medida é necessária para combater “elementos pró-Coreia do Norte”. A decisão gerou imediata reação da oposição, que possui maioria no Parlamento e convocou uma sessão de emergência para invalidar o decreto.

A lei marcial, que suspende direitos civis e substitui as leis regulares por normas militares, incluiu o bloqueio de manifestações, controle da imprensa e restrições às atividades parlamentares. Pouco após o anúncio, forças policiais foram deslocadas para impedir o acesso ao Parlamento. Ainda assim, parlamentares oposicionistas conseguiram entrar no plenário e votaram pela anulação da medida, declarando-a inconstitucional.

Em pronunciamento transmitido em rede nacional, Yoon afirmou que a decisão visa proteger a Coreia do Sul contra ameaças do regime norte-coreano e eliminar o que chamou de “forças antiestado”. Apesar das alegações, o presidente não apresentou evidências concretas das supostas ameaças.

A oposição, liderada por Lee Jae-Myung, acusou Yoon de usar o decreto como ferramenta para ampliar seu poder e reprimir adversários políticos. Desde sua posse, em 2022, a gestão de Yoon enfrenta tensões internas, agravadas após seu partido perder as eleições legislativas em abril.

Centenas de manifestantes foram às ruas da capital, Seul, para protestar contra a imposição da lei marcial. Após a votação emergencial no Parlamento, parte das forças policiais retirou-se do local, enquanto manifestantes celebravam a decisão e pediam a renúncia de Yoon.

Autoridades do próprio governo criticaram a medida. Han Dong-hoon, líder do Partido do Poder Popular, sigla de Yoon, declarou que a decisão foi um erro e que trabalhará para revogá-la.

A Casa Branca afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está monitorando “de perto” a situação, destacando que os dois países mantêm uma parceria estratégica.

A declaração da lei marcial é inédita na Coreia do Sul desde o fim da ditadura militar, nos anos 1980.

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(Foto de capa: Yoon Suk-yeol. Getty Images)

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