‘Tadizuera’: loja de Nego Di ignorou 9 em cada 10 reclamações de consumidores

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A prisão do humorista e influenciador digital Dilson Alves, conhecido como Nego Di, revelou um esquema de estelionato que prejudicou quase quatrocentas pessoas. De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a fraude resultou em uma receita de mais de R$5 milhões, enquanto os prejuízos às vítimas ultrapassam R$300 mil.

Reclamações Ignoradas

Segundo registros no portal Reclame Aqui, a loja virtual “Tadizuera”, operada por Nego Di desde 18 de março de 2022, recebeu 443 reclamações. No entanto, apenas 12,18% (54) dessas queixas foram respondidas, deixando 389 sem solução. 

Um cliente relatou: “Em 21/03/2022, fiz um pagamento no valor de R$999,90 para a compra de um ar-condicionado. Nunca recebi o produto, mas o pagamento foi feito através da plataforma”. Outro consumidor afirmou: “Fiz a compra de uma TV pelo fornecedor Tadizuera, promovido pelo humorista Nego Di, e não recebi o produto nem o reembolso do valor pago”.

Principais Problemas

Os principais problemas relatados foram:

– Compras não entregues (39,5%)

– Falta de reembolso (36,34%)

– Problemas com pagamentos eletrônicos (24,6%)

Impacto Financeiro

De acordo com a investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), Nego Di utilizava sua fama adquirida através de aparições em rádio e televisão para conferir credibilidade à loja virtual. Embora tenha alegado à polícia que não recebia pela divulgação, a investigação indica que ele teria lucrado mais de R$300 mil.

A loja Tadizuera encerrou suas atividades por determinação judicial em 26 de julho de 2022. A empresa registrou uma receita superior a R$5 milhões, e 370 boletins de ocorrência foram registrados, com um prejuízo de R$330 mil para as vítimas em diversos estados. A polícia acredita que o número real de prejudicados pode ser ainda maior.

Sócio Investigado por Fraude

A Tadizuera foi fundada pelo empresário Anderson Boneti, conhecido de Nego Di desde o final de 2021. Boneti já era réu por integrar uma organização criminosa responsável pelo furto qualificado virtual de R$30 milhões de uma conta bancária empresarial. 

A loja vendia aparelhos de ar-condicionado, celulares e televisores a preços muito abaixo do mercado. Boneti é considerado o autor intelectual dos crimes, e a investigação aponta que Nego Di não verificou a reputação de Boneti antes de entrar na sociedade.

Prisão de Nego Di

No domingo (14), Nego Di foi preso em uma residência na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis. Ele foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na Grande Porto Alegre.

Os pedidos de prisão preventiva contra Nego Di e seu sócio foram expedidos em 2023 e deferidos pelo poder judiciário no fim de semana. Boneti, entretanto, ainda não foi capturado.

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