A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, desembarcou no Uruguai nesta terça-feira (5), durante a Cúpula do Mercosul, com o objetivo de intensificar os esforços para a conclusão do acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia (UE). “A linha de chegada está à vista. Vamos trabalhar juntos para cruzá-la”, declarou Von der Leyen em suas redes sociais.
O pacto, negociado há mais de 20 anos, é descrito pela chefe da UE como “a maior parceria de comércio e investimento do mundo”, com potencial para criar um mercado de 700 milhões de consumidores. Apesar do otimismo demonstrado pela União Europeia e por líderes do Mercosul, a França segue como o principal entrave para o avanço do tratado.
Horas após a chegada de Von der Leyen, o governo francês reiterou sua oposição ao acordo. “O pacto é inaceitável como está”, afirmou o presidente Emmanuel Macron. A França teme os impactos sobre seu setor agrícola, que vê na concorrência com produtos do Mercosul – especialmente carne – uma ameaça ao mercado interno.
Macron articula a formação de uma “minoria qualificada” no Conselho da UE para barrar o pacto. Essa estratégia exige o apoio de pelo menos quatro países que representem juntos 35% da população do bloco. Até o momento, a Polônia declarou apoio oficial à oposição francesa, e Macron busca alianças com Itália, Áustria e Países Baixos.
Por outro lado, o Brasil adota uma postura otimista. “Pretendo assinar esse acordo ainda este ano”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que preside a última cúpula do Mercosul antes de passar o comando do bloco à Argentina. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os textos do acordo estão finalizados, e o desfecho depende exclusivamente de decisões políticas entre os blocos.
O acordo, considerado estratégico para a integração entre Mercosul e UE, prevê a redução de tarifas comerciais e maior cooperação econômica. Países como Alemanha e Espanha pressionam por sua aprovação, vendo-o como uma resposta ao aumento da influência de China e Rússia na América Latina e ao cenário geopolítico global, especialmente com a possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Estudos mostram que o Brasil poderia obter ganhos econômicos significativos com o tratado. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país teria um aumento acumulado de 0,46% no PIB até 2040, equivalente a US$ 9,3 bilhões anuais, além de crescimento de 1,49% nos investimentos.
A Cúpula do Mercosul segue como palco de intensas negociações. A presença de Von der Leyen reforça o compromisso europeu com o avanço do pacto, mas o desenlace dependerá do equilíbrio entre os interesses de seus membros e as resistências internas da UE.
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(Foto de capa: Ursula Von der Leyen – REUTERS)
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