A região amazônica enfrenta uma seca extrema, e os recordes históricos do ano passado podem estar prestes a se repetir. O nível de descida do rio Negro em Manaus, durante o mês de julho, foi de 1,61 metro, uma diferença significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o rio desceu apenas 1,22 metro. Isso representa quase 25% de variação em apenas um ano.
Medições oficiais do Porto de Manaus indicam que, em 31 de julho deste ano, o rio Negro atingiu a cota de 25,18 metros, enquanto no mesmo dia do ano passado, a medição foi de 26,80 metros. Essa diferença de 1,62 metros equivale à quantidade que o rio desceu nos últimos trinta dias deste ano. Vale ressaltar que a cota registrada em 31 de julho só foi alcançada aproximadamente em 20 de agosto, quando o rio Negro estava com uma média de descida acentuada de 10 centímetros por dia.
Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, avalia que o nível do rio Negro está um pouco abaixo do normal. Na data de 2 de agosto de 2024, a cota do Porto de Manaus apontava 24,99 metros, enquanto o limite da normalidade seria 25,52 metros, ou seja, 53 centímetros abaixo da média histórica da estação do Porto.
Nos últimos dez anos, o Amazonas registrou dois recordes históricos de cheia e vazante. A análise da série histórica dos níveis dos rios sugere que cenários extremos, impulsionados por esses fenômenos, estão ocorrendo com maior frequência. Um dos principais fatores que influenciam é o efeito climático, como o El Niño. Os rios da bacia, como Solimões, Purus e Madeira, estão com níveis abaixo do normal, especialmente durante o período de enchente de 2024. No entanto, o enfraquecimento do fenômeno climático no Pacífico e a transição climática na região contribuem para a fase de estiagem.
Apesar dos níveis baixos na maioria dos postos de monitoramento dos rios da bacia do Amazonas, as descidas têm acompanhado as medianas para cada posto. A parte norte da bacia ainda não foi afetada como em 2023, mas há uma tendência de vazante significativa. Os prognósticos climáticos indicam que a região centro-sul da bacia, que inclui os rios Purus, Madeira e Juruá, terá menos precipitação nos meses de agosto, setembro e outubro. O Solimões, por sua vez, apresenta uma recessão mais acentuada nos próximos dias, com descidas acima de 20 centímetros no posto de Tabatinga.
Fonte: Adaptado de A CRÍTICA.
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