O Rio Negro, que banha a capital amazonense, está enfrentando uma das secas mais severas de sua história. Com uma descida acelerada de aproximadamente 25 cm por dia, o nível do rio pode atingir um novo recorde histórico de baixa em 19 de setembro.
Nos primeiros onze dias de setembro, o Rio Negro já secou 2,81 metros, alcançando a cota de 17,21 metros em relação ao nível do mar, de acordo com a régua do Porto de Manaus. Se essa tendência continuar, o rio poderá atingir a cota de 12,69 metros, superando a marca de 12,70 metros registrada em 26 de outubro de 2023, a mais baixa até então.
Vazante Continua Até Outubro
A previsão meteorológica indica que a vazante deve continuar até outubro, quando a região Amazônica entra no período de transição do “menos chuvoso para o mais chuvoso”. Esse período é crucial para a recuperação dos níveis dos rios na região.
Situação de Emergência no Amazonas
Diante da gravidade da situação, o Governo do Amazonas declarou estado de emergência em todos os 62 municípios do estado. Em julho, o governador Wilson Lima já havia decretado emergência para 20 cidades, ampliando para mais 42 em agosto.
Assistência Humanitária
Para mitigar os efeitos da seca, o governo estadual tem implementado diversas medidas de assistência humanitária. Até o momento, foram distribuídas 938,7 toneladas de alimentos para as regiões mais afetadas. Além disso, 25 purificadores de água foram instalados, sendo 10 deles na calha do Alto Solimões, e 100 caixas d’água foram enviadas para melhorar o acesso à água potável.
No setor de saúde, 200,3 toneladas de medicamentos e insumos foram distribuídas para os municípios das calhas dos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões. Uma usina de oxigênio foi instalada no município de Envira, e cilindros de oxigênio foram enviados para hospitais em Canutama, Eirunepé e Ipixuna. Além disso, foram distribuídas vacinas contra diversas doenças, incluindo Influenza, Covid-19 e Hepatite B.
Impacto e Perspectivas
A seca no Rio Negro não só afeta a vida dos moradores de Manaus, mas também tem um impacto significativo nas comunidades ribeirinhas e na biodiversidade da região. A continuidade da vazante até outubro traz incertezas sobre a recuperação dos níveis dos rios e a normalização das atividades econômicas e sociais na região.
A situação exige atenção e ações coordenadas entre governo, sociedade civil e organizações internacionais para minimizar os impactos e garantir a segurança e o bem-estar da população afetada.
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