Um duplo homicídio chocou os moradores do bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, na noite desta quinta-feira (24). Dois jovens, ainda sem identificação, foram executados com múltiplos disparos de arma de fogo na Rua 13, da Comunidade Monte Sião. A perícia preliminar aponta que as vítimas, com idades estimadas entre 17 e 20 anos, foram atingidas na cabeça, tórax e perna.
A 30ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foi acionada após denúncias de um intenso tiroteio na região. Ao chegar no local, os policiais encontraram os corpos caídos em uma área escura, sem testemunhas dispostas a falar sobre o ocorrido ou fornecer informações sobre a identidade das vítimas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e confirmou os óbitos ainda no local.
A investigação preliminar do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) sugere uma execução premeditada, dada a quantidade e a localização dos disparos. “As características indicam que foi uma execução. Os tiros concentrados na cabeça são um indicativo de que havia intenção de matar sem chance de defesa para as vítimas”, informou um dos peritos, sob condição de anonimato.
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O silêncio que cerca o crime
A falta de testemunhas dispostas a colaborar é um desafio frequente na comunidade, considerada uma das áreas mais violentas de Manaus. Segundo fontes na Polícia Civil, a Comunidade Monte Sião, como outras da zona leste, é conhecida pela presença de facções criminosas e pelo histórico de disputas por território de tráfico de drogas, o que pode ter relação com a execução dos jovens.
Embora não esteja descartada nenhuma hipótese, a Polícia Civil investiga o crime como um possível ajuste de contas. “O Jorge Teixeira é, infelizmente, um ponto crítico no que diz respeito a esses crimes violentos e associados ao tráfico. É uma área disputada, e as execuções entre rivais são uma realidade”, afirmou um investigador da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), responsável pelo caso.
Investigações seguem sem identificação das vítimas
Sem documentos encontrados junto aos corpos e sem informações sobre residências ou familiares na área, o Instituto Médico Legal (IML) está trabalhando para identificar as vítimas e aguarda que familiares ou conhecidos compareçam para reconhecer os corpos. Esse procedimento é comum em casos de violência em áreas dominadas pelo tráfico, onde as vítimas são, em muitos casos, jovens sem registros formais.
Este duplo homicídio é mais um dado alarmante para as estatísticas de crimes violentos em Manaus. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) aponta que o aumento nas taxas de homicídios nos últimos anos está relacionado, em grande parte, a disputas entre facções pelo controle de pontos de tráfico.
A Polícia Civil pede a colaboração da população com qualquer informação que possa levar à identificação dos autores do crime ou ajudar nas investigações, e o sigilo é garantido para os denunciantes.
A DEHS segue com a linha de investigação, enquanto o IML aguarda a possível chegada de familiares para avançar na identificação e dar andamento à liberação dos corpos.
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Foto: Reprodução / Internet
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