Presidente da Coreia do Sul promete lutar após impeachment por tentativa de Lei Marcial

Presidente da Coreia do Sul promete lutar após impeachment por tentativa de Lei Marcial

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol declarou neste sábado (14) que não desistirá de seu futuro político, mesmo após sofrer impeachment em meio a uma crise constitucional. O processo foi motivado por sua tentativa de impor Lei Marcial em dezembro, uma medida que surpreendeu a nação e gerou indignação generalizada.

Yoon, cujo mandato está suspenso, afirmou em um pronunciamento oficial que está determinado a seguir em frente. “Embora eu esteja parando por enquanto, a jornada que tenho trilhado com as pessoas nos últimos dois anos e meio em direção ao futuro nunca deve parar. Eu nunca desistirei”, disse o presidente, visivelmente emocionado.

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Crise e impeachment

A controvérsia começou em 3 de dezembro, quando Yoon deu aos militares poderes extraordinários sob o pretexto de enfrentar “forças antiestatais”. A medida, que muitos críticos interpretaram como uma tentativa de silenciar opositores políticos, durou apenas seis horas, sendo revogada após forte pressão do Parlamento. A ação foi amplamente condenada, tanto internamente quanto pela comunidade internacional, como um grave abuso de poder.

Apesar de Yoon ter pedido desculpas ao povo sul-coreano, afirmando que agiu para proteger a estabilidade nacional, o Parlamento aprovou o impeachment alegando que ele violou a Constituição.

Agora, cabe ao Tribunal Constitucional determinar se o impeachment será confirmado, o que pode levar até seis meses. Caso a decisão seja favorável, Yoon será oficialmente removido do cargo, forçando a convocação de uma nova eleição presidencial. Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiu como presidente interino.

Um padrão preocupante

Se for destituído, Yoon será o segundo presidente conservador consecutivo da Coreia do Sul a sofrer impeachment. Park Geun-hye, que governou o país entre 2013 e 2017, foi removida do cargo após um escândalo de corrupção que envolveu sua presidência.

Os paralelos entre os casos de Yoon e Park acendem debates acalorados sobre a instabilidade política no país e os desafios enfrentados por líderes conservadores. Especialistas destacam que a polarização política e a pressão popular têm desempenhado um papel crescente na política sul-coreana nos últimos anos.

Reações e próximos passos

O episódio também abalou a confiança da população no governo e nas instituições. Protestos tomaram as ruas de Seul desde a declaração de Lei Marcial, com milhares de pessoas exigindo a renúncia imediata de Yoon. No entanto, o líder permanece resiliente, rejeitando qualquer plano de abandonar a vida política.

Do outro lado, aliados de Yoon, ainda majoritariamente dentro do Partido do Poder Popular, denunciam o impeachment como uma “caçada política” promovida pela oposição. Já a opinião pública parece dividida: pesquisas recentes indicam que cerca de 60% dos sul-coreanos apoiam o impeachment, enquanto uma parcela significativa critica o processo por aumentar a instabilidade no país.

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Foto: SONG KYUNG-SEOK – pool via REUTERS

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