O setor fotovoltaico amazonense tem vivenciado um crescimento considerável nos últimos anos. Entre os fatores que motivaram esse avanço, estão o desenvolvimento tecnológico, o aumento das tarifas da energia hídrica, a excelente disponibilidade de recurso solar, a maior conscientização ambiental e, principalmente, a regulamentação da lei 14.300/2022, que estabelece o marco legal da micro e minigeração de energia no Brasil.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Amazonas tem se consolidado como um dos estados com maior potencial para a geração de energia solar na região norte, registrando um crescimento de 528% no setor entre 2021 e fevereiro de 2024.
Além disso, dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), mostram que Manaus é o 9º município do Brasil com maior potência instalada, com 194,9 megawatts (MW). O servidor público Marcos dos Santos aderiu à energia solar em casa e percebeu a diferença na economia.
“Eu uso e recomendo para todas as pessoas. Todos deveriam comprar energia solar porque é muito bom, tem economia no bolso, ajuda o meio ambiente. Eu acredito que o futuro é isso”, ressaltou Marcos, que notou retorno mensal de 4% do valor investido na usina, uma vez que sua conta de energia reduziu de R$ 600,00 para R$ 150,00.
Principal matriz energética do futuro
A eletricidade gerada pelo sistema fotovoltaico pode ser usada em qualquer lugar onde seja necessária, sendo casa, escritório ou indústria. Esse processo reduz também a liberação de gás carbônico (CO2) na atmosfera, poluente que causa o efeito estufa e o aquecimento global.
A energia proveniente de fonte solar fotovoltaica já representa 19,8% da Matriz Elétrica Brasileira, ficando atrás apenas da hídrica (46,4%), de acordo com os dados de setembro de 2024 da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Ainda segundo a Associação, o setor já gerou mais de 1,4 milhão de novos empregos no país na última década, movimentando a economia.
Para o diretor-geral da empresa Energy Libra, Marcelo Renê, a energia solar pode não substituir completamente as outras fontes de energia, mas será dominante em muitas aplicações, principalmente pela versatilidade e a capacidade de geração.
“A energia solar é abundante, ilimitada, escalável, limpa, acessível, e com os avanços nas tecnologias de armazenamento, e a modernização da legislação, veremos grandes expansões da geração de energia distribuída”, destacou Marcelo.
Incentivos fiscais
Para estimular a adesão dessa fonte no Brasil, foram criados incentivos fiscais para tornar a instalação financeiramente mais viável e vantajosa. Entre eles pode-se citar o Marco Legal de Geração Distribuída, instituído no Brasil através da Lei 14.300 de 6 de janeiro de 2022.
Além disso, o acesso ao financiamento por meio de linhas de crédito específicas oferecidas por alguns bancos tradicionais e o apoio de cooperativas de crédito local também contribuem para a viabilização da adesão à energia solar, principalmente no ambiente rural por pequenos e médios agricultores.
“A umidade e o calor excessivo, comum na região norte, não afetam de forma significativa a eficiência dos módulos, especialmente com a escolha de equipamentos de qualidade. Além disso, a geografia com muitos terrenos amplos, com telhados expostos ao sol, favorecem a instalação dos sistemas, tanto em área urbana, quanto em área rural também”, afirmou o diretor-geral da empresa Energy Libra, Marcelo Renê.
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