O Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer, a partir de fevereiro de 2026, teleatendimentos em saúde mental voltados especificamente para pessoas com compulsão por jogos e apostas, especialmente as eletrônicas, como as chamadas bets. A iniciativa faz parte de um acordo de cooperação técnica assinado pelos ministérios da Saúde e da Fazenda, com foco na prevenção e tratamento dos impactos físicos, mentais e financeiros causados pela dependência em jogos.
A plataforma de atendimento contará com parceria do Hospital Sírio-Libanês e terá, inicialmente, capacidade para 450 atendimentos online por mês, com possibilidade de ampliação conforme a demanda. A assistência funcionará de forma integrada à rede do SUS, com encaminhamento para atendimento presencial sempre que necessário.
Outra medida anunciada é a criação de uma plataforma de autoexclusão, que estará disponível a partir de 10 de dezembro. Ela permitirá que o usuário solicite bloqueio do próprio CPF em sites de apostas, impedindo novos cadastros e o recebimento de publicidade. A ferramenta visa auxiliar no rompimento do ciclo de dependência.
Também será lançado o Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas, que permitirá a troca permanente de dados entre os ministérios para identificar padrões de comportamento compulsivo e permitir abordagens proativas por parte das equipes de saúde. Os usuários terão acesso a informações sobre pontos de atendimento do SUS pelo aplicativo Meu SUS Digital e pela Ouvidoria do SUS.
A iniciativa surge em meio a um cenário preocupante. Estudo recente aponta que as bets geram perdas econômicas e sociais estimadas em R$ 38,8 bilhões ao ano. Dados do SUS mostram crescimento nos atendimentos relacionados a transtornos por jogos: de 2.262 em 2023 para 3.490 em 2024. Somente no primeiro semestre de 2025, já foram registrados 1.951 atendimentos.
Durante a assinatura do acordo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a falta de regulamentação efetiva das apostas online após sua liberação em 2018. Ele afirmou que a atual gestão implementou normas como a proibição de cadastro de crianças, beneficiários do BPC e do Bolsa Família em sites de apostas.
Segundo o Ministério da Saúde, o perfil mais comum entre os afetados pela compulsão é de homens jovens, entre 18 e 35 anos, em situação de vulnerabilidade social, frequentemente desempregados, separados ou sem rede de apoio.
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