A advogada flagrada com 10 kg de cocaína em um carro foi presa nesta sexta-feira (29), oito dias após ter sido liberada pela polícia no momento da abordagem. A prisão preventiva foi decretada a pedido do Ministério Público do Amazonas (MPAM), que também apura a conduta do delegado do 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP) responsável pela decisão de soltá-la.
No dia 21 de novembro, uma equipe da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) foi acionada para investigar uma denúncia de tráfico de drogas e disparos de arma de fogo no bairro Colônia Terra Nova. No local, os policiais abordaram um casal em um veículo modelo Honda Fit. Segundo a PM, o comportamento nervoso dos ocupantes motivou a revista, durante a qual foram encontrados dez tabletes de cocaína escondidos no carro.
O marido da advogada foi preso em flagrante, mas ela foi liberada após decisão do delegado de plantão. Em depoimento, a advogada alegou estar no local para receber honorários. Entretanto, o Ministério Público contestou a justificativa, considerando que não havia relação com o exercício da advocacia.
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Desdobramentos
A decisão de liberar a advogada foi questionada pelo promotor plantonista José Felipe Fish e pelo juiz Rivaldo Matos Norões Filho, que encaminhou o caso ao MPAM. Segundo o órgão, o delegado não apresentou fundamentação formal para justificar a soltura, o que motivou a abertura de um processo administrativo interno pela Polícia Civil.
Além disso, o MPAM destacou que a prática de “flagrantes virtuais ou remotos” — em que decisões são tomadas por videoconferência — será investigada. O órgão ressaltou que tanto o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) quanto o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendam a realização presencial desses procedimentos para garantir a integridade das provas.
Repercussão e ações futuras
A prisão preventiva da advogada foi realizada pela Polícia Civil nesta sexta-feira. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM) informou que acompanha o caso, mas reforçou que a atuação da advogada, conforme os fatos descritos, não caracteriza prerrogativas da profissão.
A Polícia Civil informou que o delegado responsável pela decisão será ouvido, e o processo administrativo seguirá em sigilo. Já o MPAM reforçou que acompanhará de perto tanto a investigação quanto o desenrolar do processo judicial.
Apreensão e combate ao tráfico
Com a prisão do casal, a droga apreendida foi encaminhada para análise, e as investigações prosseguem para identificar possíveis vínculos com organizações criminosas. As ações de combate ao tráfico de drogas na capital amazonense têm sido intensificadas, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Ainda assim, o caso levanta alertas sobre a necessidade de maior rigor na análise de flagrantes e decisões que podem impactar diretamente a luta contra o crime organizado na região.
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Foto: Reprodução / Redes Sociais
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