O mundo enfrenta um novo e alarmante desafio com a descoberta de uma cepa mais letal da Mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos), que está se espalhando rapidamente em várias regiões da África Oriental. Esta variante, denominada Clado 1b, surgiu como uma ramificação perigosa do Clado 1, conhecido por sua alta taxa de mortalidade, e já levanta preocupações significativas na comunidade internacional.
A nova ameaça: Clado 1b
O surto atual, que teve origem na República Democrática do Congo (RDC), é causado por esta nova variante que, além de mostrar-se mais mortal, está se espalhando além das fronteiras do país. Casos do Clado 1b foram confirmados em Quênia, Ruanda e Uganda, enquanto o Burundi ainda investiga possíveis infecções. O fato de essa cepa não estar confinada à RDC, e sim se disseminando em outros países africanos, aumenta o temor de uma crise de saúde pública global.
Transmissão: um novo risco
A Mpox tradicionalmente se disseminava através do contato físico com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais portadores do vírus. Entretanto, em 2022, uma mudança significativa no comportamento do vírus foi observada: a disseminação por meio de relações sexuais. Esse desenvolvimento contribuiu para a rápida e inédita disseminação global da doença.
O Clado 1b agora segue o mesmo caminho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há evidências crescentes de que esta cepa também se propaga através do sexo. Em uma recente avaliação do surto, a OMS destacou que a “transmissão comunitária sustentada, impulsionada pela transmissão sexual e outras formas de contato físico próximo”, torna o risco de propagação da Mpox particularmente elevado na RDC e em outras regiões onde a nova cepa já foi identificada.
Sintomas e perigos
Os sintomas da Mpox incluem febre, dores musculares, cansaço, linfonodos inchados e erupções cutâneas características, que geralmente começam no rosto e se espalham para outras partes do corpo. No entanto, na transmissão sexual, essas lesões podem aparecer nas genitálias, aumentando o risco de transmissão durante o contato íntimo.
A taxa de mortalidade associada ao Clado 1b é alarmante, podendo ser até 10 vezes maior do que outras variantes da Mpox, o que coloca o mundo em alerta. “Estamos olhando para uma potencial bomba-relógio, onde a forma mais perigosa da doença agora tem o potencial de explodir e se espalhar globalmente”, alertou Richard Hatchett, diretor executivo da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI).
Resposta internacional e vacinação
Em 2022, a OMS classificou a Mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da organização, semelhante ao status atribuído à Covid-19. Diante da nova ameaça representada pelo Clado 1b, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou uma reunião de emergência para avaliar a necessidade de restabelecer esse cenário e coordenar uma resposta global.
Existem vacinas para a Mpox, desenvolvidas originalmente para a varíola tradicional, que oferecem proteção e estão sendo aplicadas em grupos de maior risco, como pessoas que vivem com HIV. A OMS está solicitando que os fabricantes dessas vacinas submetam seus produtos para aprovação de uso emergencial, o que pode acelerar sua disponibilização em países de baixa renda e permitir uma resposta mais eficaz ao surto.
O que está em jogo?
A ameaça da Mpox, agora com uma variante mais letal em jogo, reforça a importância da vigilância e da preparação global diante de surtos de doenças infecciosas. A comunidade internacional precisa agir rapidamente para conter a disseminação do Clado 1b, garantindo que as populações vulneráveis sejam protegidas e que os sistemas de saúde estejam preparados para responder a uma possível emergência de saúde pública.
A história da Mpox é um lembrete de que, em um mundo interconectado, as doenças não respeitam fronteiras. Com a nova cepa Clado 1b em ascensão, o tempo é essencial para impedir que essa ameaça se transforme em uma crise global.
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