Cheia em Manaus 2025: SGB prevê ápice nas próximas semanas sem superar cheia histórica de 2021

Cheia em Manaus 2025: SGB prevê ápice nas próximas semanas sem superar cheia histórica de 2021

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou, nesta sexta-feira (30), o 3º Alerta de Cheias da Bacia do Amazonas de 2025, no qual aponta que a cheia do Rio Negro, em Manaus, deve atingir seu ápice nas próximas duas semanas. Apesar da elevação considerável do nível do rio, não há previsão de que o volume ultrapasse o recorde histórico de 30,02 metros, registrado no ano de 2021.

Cenário Hidrológico em Manaus

De acordo com o relatório, o Rio Negro, que nesta sexta-feira (30) registrou a cota de 28,53 metros, apresenta 35% de chance de alcançar o nível de inundação severa, que é de 29 metros, porém sem ultrapassá-la. A projeção indica que a cota máxima a ser atingida é de 28,84 metros, o que caracteriza uma cheia significativa, mas abaixo dos patamares de 2021.

🔹 Cota máxima histórica (2021): 30,02m
🟠 Cota de inundação severa: 29,00m
🟡 Cota de inundação: 27,50m
Cota de alerta: 27,00m

Apesar de os impactos serem consideráveis, especialistas do SGB destacam que a cheia de 2025, embora relevante, não deve atingir parâmetros de calamidade semelhantes aos maiores eventos do passado.

Outras cidades monitoradas

Além de Manaus, os municípios de Manacapuru, Itacoatiara e Parintins também estão sob monitoramento constante. Confira os dados atualizados:

📍 Manacapuru – Rio Solimões

  • Cota atual: 19,34m
  • Cota prevista no ápice: 19,67m
  • Chances de inundação severa: 65%
  • Cota máxima histórica (2021): 20,86m

O município enfrenta um risco expressivo de inundação severa, embora com baixa probabilidade de superar os registros de 2021.

📍 Itacoatiara – Rio Amazonas

  • Cota atual: 14,35m (já ultrapassou a cota de inundação severa)
  • Cota prevista no ápice: 14,45m
  • Chances de atingir a máxima histórica: menos de 1%

O município já vive uma situação de cheia severa, porém dentro dos limites esperados para este ano.

📍 Parintins – Rio Amazonas

  • Cota atual: 8,52m
  • Cota prevista no ápice: 8,58m
  • Chances de inundação severa: 1%
  • Chances de atingir a máxima histórica: menos de 1%

Apesar do avanço das águas, Parintins não apresenta risco iminente de uma cheia extrema.

Situação de Emergência no Amazonas

A cheia de 2025 já impacta diretamente 85.940 famílias, aproximadamente 343.748 pessoas, conforme dados da Defesa Civil do Amazonas. As nove calhas dos rios amazonenses continuam em processo de cheia, com picos previstos entre março e julho, dependendo da bacia hidrográfica.

Atualmente:

  • 29 municípios estão em situação de emergência;
  • 28 em estado de alerta;
  • 3 em estado de atenção;
  • 2 em situação de normalidade.

🛑 Municípios em situação de emergência incluem:

Humaitá, Apuí, Manicoré, Boca do Acre, Guajará, Ipixuna, Novo Aripuanã, Benjamin Constant, Borba, Tonantins, Itamarati, Eirunepé, Atalaia do Norte, Careiro, Santo Antônio do Içá, Amaturá, Juruá, Japurá, São Paulo de Olivença, Jutaí, Careiro da Várzea, Maraã, Anamã, Carauari, Fonte Boa, Itapiranga, Nova Olinda do Norte, Urucurituba e Tefé.

Impactos nos municípios

O caso mais crítico é registrado no município de Anamã, onde 70% do território está alagado. Aproximadamente 1.700 famílias estão afetadas diretamente. As principais dificuldades são relacionadas à locomoção, à perda de cultivos agrícolas e à escassez de acesso a serviços básicos.

“As principais dificuldades são as locomoções. Pra gente sair mesmo de casa fica mais difícil. Para quem tem canoa fica bom, para quem não tem fica complicado”, declarou o agricultor Leandro Ribeiro, morador de Anamã.

Análise e Considerações

A situação da cheia em 2025 demonstra, mais uma vez, a vulnerabilidade das populações ribeirinhas e urbanas na Amazônia frente aos fenômenos hidrológicos sazonais. Embora este ano não se configure como uma cheia extrema nos moldes da registrada em 2021, os impactos socioeconômicos são expressivos e exigem respostas rápidas e eficazes do poder público.

É necessário reforçar investimentos em infraestrutura adaptativa, assistência social emergencial e programas de relocação temporária, além de ações permanentes de mitigação de riscos.

Além disso, a recorrência de eventos extremos, tanto de cheias como de secas severas, deve servir como um alerta sobre os efeitos das mudanças climáticas na região amazônica, que alteram os padrões de chuvas, vazões e temperaturas.

(Fonte: G1)

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(Foto: Felipe Campinas/ATUAL)

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