O Governo do Amazonas deu início, nesta segunda-feira (24/07), à 9ª Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, em parceria com membros da rede de proteção. Na abertura, realizada no desembarque do Aeroporto Internacional de Manaus Eduardo Ribeiro, dois atores encenaram uma situação de tráfico e demonstraram que os casos nem sempre estão explícitos.
Com o slogan “Toda vítima de tráfico de pessoas importa: não deixe ninguém para trás”, a programação coordenada pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) vai ocorrer em Manaus, até o dia 30 de julho, Dia Nacional de Combate ao Tráfico Humano, e depois irá a São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga, municípios fronteiriços.
Secretária executiva de Direitos Humanos, Gabriella Campezatto, explica que a campanha é nacional e que o Amazonas adere por ser um tema importante, sendo fundamental aproximar a população da temática.
“Durante toda essa semana a Sejusc estará fazendo ações concentradas aqui na capital, entretanto nas primeiras semanas de agosto, estaremos levando a campanha para São Gabriel e Tabatinga. Esses municípios foram escolhidos por serem zonas de fronteira, e por terem um alto índice de populações indígenas, ou seja, o maior índice de vulnerabilidade de possíveis vítimas para essas situações”, frisa.
“Estaremos fazendo contato com toda rede local, visitando os postos da Polícia Federal, nós também estaremos desenvolvendo algumas atividades no aeroporto dessas cidades e levando a campanha para a população, indo em locais específicos fazendo sensibilização informando a população. Nós vamos visitar algumas comunidades indígenas e levar essa temática para conhecimento da população”, emendou a secretária.
Ação no aeroporto
Parceira do Governo do Amazonas na ação, a Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, membro da rede VINCI Airports, que opera o Aeroporto de Manaus, vai colocar um dispositivo com imagens de pessoas enjauladas e amarradas, tal qual as vítimas de tráfico humano, para chamar a atenção dos passageiros que vão retirar seus pertences na esteira.
A CEO da Concessionária, Karen Strougo, diz que a empresa entende que a o aeroporto é a chave para conseguir detectar casos e por isso atuam e apoiam as iniciativas de combate ao tráfico humano.
“Uma campanha como essa nos ajuda, porque nós sensibilizamos a comunidade aeroportuária para discutir essa questão, entender o que é o tráfico de pessoas, esse grave atentado aos direitos humanos, como cada um de nós pode contribuir para tentar prevenir. Os sinais que a gente pode detectar, como se o documento está em posse de terceiro, se a pessoa que não sabe seu destino, pessoas que apresentam o medo”, exemplifica.
Nos casos citados, qualquer pessoa pode pedir ajuda a um funcionário do aeroporto, chamar um policial, ir no Posto Avançado da Sejusc – que fica no 3º andar do aeroporto -, e denunciar a suspeita.
Tráfico de pessoas em dados
Relatórios do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam que, de 2017 a 2020, houve registro de 1.811 possíveis vítimas no Brasil. A quantidade reflete o número de atendimentos nos Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS) e levantados pelo Ministério da Cidadania.
Um recorte de gênero apresentado no relatório mostra que o Ministério da Saúde registrou 615 possíveis vítimas, sendo 456 mulheres e 159 homens. Os dados regionais e estaduais são levantados pela Polícia Federal.
Por Matheus Gil, Agência Amazonas
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