Neste sábado (12), motoristas de Manaus foram surpreendidos com um novo aumento no preço da gasolina, que chegou a R$ 6,99 o litro em diversos postos da capital amazonense. O reajuste, de R$ 0,10 em relação ao valor praticado até sexta-feira (11), quando o combustível era comercializado a R$ 6,89, ocorreu sem qualquer explicação oficial por parte das distribuidoras ou dos proprietários de postos.
A alta repentina vem em um contexto de insatisfação crescente entre consumidores, que já convivem com uma das gasolinas mais caras do país. A falta de transparência sobre o reajuste levou o Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM) a anunciar, ainda no sábado, a intensificação das fiscalizações em postos de combustíveis da capital. Segundo o órgão, o objetivo é coibir práticas abusivas e garantir que o aumento esteja em conformidade com as regras do mercado.
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Sindicato critica monopólio privado
Enquanto isso, representantes do setor petrolífero local apontam causas estruturais para o aumento. O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), Marco Ziveiro, destacou que o estado do Amazonas, que possui apenas uma refinaria, vem sofrendo desde a privatização da Refinaria Isaac Sabbá, ocorrida em 2021 durante o governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, a transferência da refinaria para um grupo privado estabeleceu, na prática, um monopólio na região, limitando a competitividade e a oferta de combustível.
“A privatização da refinaria entregou o controle do setor a um único grupo econômico, o que naturalmente impacta os preços. O povo amazonense está pagando a conta, e o preço da gasolina é um reflexo disso”, afirmou Ziveiro.
Além da privatização, o dirigente sindical lembrou que a política de paridade de preços de importação (PPI) e a complexa logística para o abastecimento de combustível no estado são fatores que agravam ainda mais a situação. “O Amazonas depende de uma cadeia logística mais cara e demorada, o que encarece os produtos. Além disso, com o PPI, estamos sujeitos às variações do dólar e do mercado internacional, o que eleva ainda mais o custo ao consumidor final”, explicou.
Apelo à reestatização
Ziveiro também aproveitou a oportunidade para fazer um apelo à população, convocando os amazonenses a se unirem ao Sindipetro-AM na luta pela reestatização da refinaria. “Precisamos de investimentos públicos e da presença da Petrobras na região para que tenhamos uma política de preços que respeite as condições da população. A luta pela reestatização da refinaria é fundamental para garantir uma gasolina mais barata e justa para todos”, concluiu.
Enquanto isso, os motoristas de Manaus seguem apreensivos com a alta nos preços e a falta de perspectivas de redução no curto prazo. Alguns se dizem obrigados a mudar seus hábitos de consumo e buscar alternativas mais econômicas de transporte, enquanto outros afirmam não ter outra opção senão absorver o impacto no orçamento familiar.
“Eu dependo do carro para trabalhar. O preço da gasolina só aumenta, e a gente não vê uma solução. Infelizmente, somos reféns dessas oscilações”, disse João Pereira, motorista de aplicativo.
Para muitos, o aumento no preço da gasolina reforça a sensação de que o custo de vida em Manaus está se tornando insustentável. Com a pressão da sociedade e ações de órgãos de defesa do consumidor, resta saber se as autoridades conseguirão trazer alívio aos bolsos dos motoristas.
Foto: Divulgação / Internet
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