Guerra na Ucrânia ganha dimensão global com tropas norte-coreanas, mísseis ocidentais e ameaça nuclear

Rússia míssil balístico Ucrânia

A guerra na Ucrânia, que já dura mais de 1.000 dias, atingiu um novo patamar de complexidade geopolítica nesta semana, envolvendo diretamente novas potências militares e intensificando o risco de uma escalada nuclear. Com a entrada de tropas norte-coreanas no conflito, o uso de mísseis de longo alcance fornecidos por Estados Unidos e Reino Unido e a resposta russa com um novo míssil balístico, o cenário internacional observa apreensivo uma possível ruptura dos limites estabelecidos durante os últimos meses de guerra.

Tropas norte-coreanas no front

A participação da Coreia do Norte no conflito veio à tona em outubro, quando relatórios de inteligência da Ucrânia, Coreia do Sul e Estados Unidos denunciaram o envio de tropas de Pyongyang para apoiar a Rússia. Embora os governos russo e norte-coreano não tenham confirmado oficialmente, o recente acordo de cooperação militar entre os dois países reforça as suspeitas.

O envolvimento direto de soldados norte-coreanos marca um momento inédito no conflito, ampliando a lista de países com ações indiretas ou diretas na guerra e provocando reações contundentes de aliados ocidentais da Ucrânia.

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EUA e Reino Unido autorizam uso de mísseis em território russo

Em resposta à presença de tropas norte-coreanas no teatro de guerra, os Estados Unidos reavaliaram sua postura sobre o uso de armas fornecidas à Ucrânia. Desde o início do conflito, mísseis ATACMS, cedidos por Washington a Kiev, estavam restritos a ações defensivas dentro do território ucraniano. Contudo, a recente escalada levou o presidente Joe Biden a autorizar sua utilização em ataques contra alvos russos.

Na sequência, o Reino Unido seguiu a mesma linha e liberou o uso de seus mísseis para operações ofensivas. Segundo relatos, ataques realizados nesta semana atingiram tropas norte-coreanas e bases militares russas em território adversário.

Moscou responde com flexibilização nuclear

A reação do Kremlin não demorou. Vladimir Putin, que já havia endurecido sua retórica contra o Ocidente, assinou um decreto alterando a doutrina nuclear da Rússia. A nova política permite o uso de armas nucleares não apenas em resposta a ataques atômicos, mas também contra ações militares convencionais que representem ameaças existenciais à segurança russa.

Líderes ocidentais condenaram a medida, alertando que a decisão de Moscou aumenta o risco de uma escalada descontrolada no conflito.

Novo míssil balístico russo

Nesta quinta-feira (21), a Rússia testou um novo míssil balístico, utilizado em um ataque à Ucrânia. O Kremlin descreveu o armamento como uma “resposta tecnológica e estratégica à agressão do Ocidente”.

Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, classificou a ação como “irresponsável e perigosa”. Ele também criticou Putin, acusando-o de priorizar sua agenda militar em detrimento de milhares de vidas civis.

Risco de expansão do conflito

Especialistas internacionais avaliam que o envolvimento direto de tropas norte-coreanas, o uso de mísseis ocidentais e a postura mais agressiva da Rússia aumentam significativamente o risco de o conflito se expandir para além das fronteiras da Ucrânia.

Enquanto potências como China e Índia mantêm posturas de observação, outros países reforçam alianças e ampliam a retórica sobre a necessidade de negociações diplomáticas para evitar uma guerra de proporções globais.

Com o conflito entrando em uma fase ainda mais imprevisível, o mundo observa ansiosamente os próximos movimentos das potências envolvidas e suas implicações para a estabilidade global.

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Foto: Handout / Russian Defence Ministry / AFP

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