Milhares de civis deixaram a cidade de Homs nas últimas 24 horas, temendo o avanço de forças rebeldes lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma antiga afiliada da Al-Qaeda. A escalada marca uma das ofensivas mais significativas desde o início do conflito sírio, há 13 anos, e reacende tensões em uma guerra aparentemente estagnada.
O grupo rebelde HTS iniciou sua ofensiva em 27 de novembro, saindo de Idlib e rapidamente capturando as cidades de Talbisa e Rastan. Agora, eles avançam em direção a Homs, cidade de importância estratégica que conecta a capital Damasco ao litoral sírio, uma região dominada pelo governo do presidente Bashar al-Assad.
Em entrevista à CNN, Abu Mohammed Al-Golani, líder do HTS, afirmou que o objetivo da ofensiva é “reconstruir a Síria” e criar condições para o retorno dos refugiados sírios exilados no Líbano e na Europa.
O avanço relâmpago surpreendeu o regime de Assad e seus aliados, incluindo Rússia, Irã e Hezbollah, que têm enfrentado crises em outras frentes, limitando sua capacidade de resposta. Em um movimento emergencial, o Hezbollah deslocou forças de elite do Líbano para Homs, com apoio do Irã, segundo fontes de segurança libanesas e militares regionais.
Leia também:
- Presidente da Coreia do Sul revoga lei marcial após rejeição de deputados;
- Entenda como ameaça de Trump pode comprometer planos dos Brics para criação de nova moeda;
- Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial e Parlamento reage com votação de emergência;
Civis em fuga
Relatos de moradores descrevem uma cidade tomada pelo medo, com filas de veículos abarrotados nas estradas que levam ao sul e ao oeste, enquanto famílias deixam suas casas às pressas. “Não sabemos para onde ir, só queremos escapar antes que seja tarde demais”, disse Um Ahmed, uma mãe de três filhos que fugiu com sua família.
Organizações humanitárias alertam para uma crise iminente, com abrigos e recursos insuficientes para lidar com a nova onda de deslocados. “Estamos vendo famílias inteiras se deslocando sem nada além das roupas que vestem. Isso pode se transformar em uma catástrofe humanitária rapidamente”, afirmou um representante da ONU na região.
Estado Islâmico reaparece no leste
Enquanto a batalha por Homs domina as manchetes, outro desenvolvimento alarmante preocupa observadores internacionais: o ressurgimento do Estado Islâmico (EI) em áreas do leste da Síria. De acordo com a liderança das forças curdas apoiadas pelos EUA, células remanescentes do grupo extremista têm reconquistado território, aproveitando-se da instabilidade crescente.
A nova ofensiva ameaça desestabilizar ainda mais uma Síria já fragmentada, com possíveis repercussões no Líbano, onde a presença do Hezbollah é forte, e em outras partes do Oriente Médio. Observadores apontam para o risco de uma escalada internacional, à medida que potências como a Rússia e os EUA podem ser atraídas novamente para o conflito.
A comunidade internacional enfrenta o desafio de mediar uma solução que evite a intensificação da crise humanitária e impeça a fragmentação ainda maior do país.
Enquanto isso, os olhos do mundo estão novamente voltados para a Síria, onde a guerra, longe de ser resolvida, parece estar entrando em uma nova fase de violência e incerteza.
📲 Acompanhe o Igarapé News nas redes sociais.
Foto: Omar Albam / AP
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Lei de Proteção ao Tucunaré impulsiona pesca esportiva e turismo sustentável no Amazonas
CBF divulga tabela da Copa Verde 2025; Amazonas e Manaus estreiam em fevereiro
Amazonastur mapeia 77 estabelecimentos turísticos para fortalecer o setor em Iranduba
Barco Hospital São João XXIII realiza primeira expedição de saúde em Iranduba
Carnaval na Floresta 2025: Definida a ordem dos desfiles dos grupos de acesso A e B em Manaus
Fernandinho é confirmado como atração principal do ‘Réveillon Gospel 2025’ em Manaus