Ministério Público lidera reunião sobre uso de monitoramento eletrônico na defesa de mulheres vítimas de violência doméstica

Ministério Público lidera reunião sobre uso de monitoramento eletrônico na defesa de mulheres vítimas de violência doméstica

Debater e analisar o protocolo que orientará a aplicação do monitoramento eletrônico como medida protetiva de urgência em casos de violência doméstica e familiar contra mulheres. Este foi o objetivo da reunião promovida pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), na tarde desta segunda-feira (08/09), com representantes de diferentes instituições do sistema de Justiça e órgãos de apoio.

A promotora de Justiça Karla Cristina da Silva Reis explicou que a iniciativa busca alinhar protocolos entre as chamadas “portas de entrada” no atendimento às mulheres, como delegacias, defensorias e órgãos de apoio, garantindo que a medida seja aplicada de forma articulada e efetiva. “Nosso objetivo, com esta reunião, é debater as cláusulas e chegar a uma versão final do protocolo que vai orientar a aplicação do monitoramento eletrônico, possibilitando a assinatura do termo de cooperação entre todas as instituições envolvidas”, destacou a promotora.

A procuradora-geral de Justiça (PGJ) Leda Mara Nascimento Albuquerque reforçou a importância do trabalho conjunto no enfrentamento à violência de gênero. “Enquanto não compreendermos que a busca por igualdade depende de ações coordenadas entre todos os poderes e instituições, não conseguiremos reduzir a violência. É preciso enfrentar o machismo e a visão patriarcal ainda presentes nas estruturas sociais e do Estado para que as mulheres sejam vistas, de fato, como sujeitos de direito e como iguais”, afirmou.

Durante a reunião, também foi apresentada a tecnologia utilizada no Amazonas pela empresa Synergye, especializada em monitoramento eletrônico. O presidente da companhia, Marcelo Almeida, destacou a evolução dos equipamentos e a robustez do sistema, que garante segurança no rastreamento. “O Amazonas é nosso parceiro desde 2014 e, de lá para cá, já monitoramos mais de 300 mil pessoas no Brasil entre vítimas e agressores. Nosso equipamento reúne tecnologias de comunicação 2G, 3G e 4G, possui criptografia de dados e múltiplos sistemas de localização, garantindo segurança e confiabilidade ao monitoramento eletrônico”, afirmou.

Termo de cooperação técnica

Na ocasião, foi realizada a apresentação e leitura conjunta do termo de cooperação técnica entre o MPAM, Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) e Governo do Estado — por meio das Secretarias de Segurança Pública (SSP-AM), Administração Penitenciária (Seap) e de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc). O documento formaliza a parceria institucional para aplicação do monitoramento eletrônico como medida protetiva, conforme previsto na Lei Maria da Penha e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O texto prevê, entre outros pontos, que o monitoramento do agressor seja acompanhado do fornecimento de um dispositivo de segurança à vítima, como o botão do pânico, possibilitando a criação de áreas de exclusão e garantindo maior proteção em locais como a residência e o trabalho.

A análise conjunta do documento permitiu que os representantes das instituições presentes avaliassem cláusulas, propusessem ajustes e validassem coletivamente os termos que irão compor a versão final do protocolo, que será assinada em breve.

(Texto: Sofia Lourenço. Foto: Ulisses Farias)

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