Morre aos 63 anos o sambista Paulo Onça, após cinco meses internado por agressão em Manaus

Morre aos 63 anos o sambista Paulo Onça, após cinco meses internado por agressão em Manaus

O sambista e compositor Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido como Paulo Onça, morreu nesta segunda-feira (26), em Manaus, aos 63 anos. Ele estava internado há mais de cinco meses após ser brutalmente agredido durante uma discussão de trânsito, em dezembro de 2024, na Rua Major Gabriel, bairro Praça 14, Zona Sul da capital amazonense.

A morte foi confirmada pelo advogado da família na tarde desta segunda-feira. O agressor, identificado como Adeilson Duque Fonseca, é comerciante e foi preso preventivamente após se apresentar à polícia no início de dezembro.

O crime ocorreu após uma colisão entre os veículos de Paulo Onça e do comerciante. Imagens de câmeras de segurança mostram que o sambista avançou um sinal vermelho e acabou colidindo com o carro de Adeilson. Na sequência, o agressor desceu do veículo e desferiu vários golpes contra o sambista, especialmente na região da cabeça, até deixá-lo inconsciente. O comerciante fugiu sem prestar socorro.

Paulo Onça foi socorrido em estado grave, passou por cirurgia e permaneceu internado desde então, sem conseguir se recuperar das sequelas da agressão.

Trajetória no samba

Natural de Manaus, Paulo Onça começou sua trajetória no samba aos 16 anos. Ganhou destaque em 1990, quando compôs o samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa” para a escola de samba Vitória Régia, que se sagrou campeã do carnaval manauara.

Em 1998, projetou-se no cenário nacional ao compor, em parceria com Quinho e Mestre Louro, um samba-enredo sobre Parintins para o Salgueiro, que conquistou o 7º lugar no Carnaval do Rio de Janeiro.

No carnaval carioca, participou ativamente dos concursos de samba-enredo da Grande Rio. Em 2017, integrou a equipe que assinou o samba em homenagem à cantora Ivete Sangalo, consolidando-se como um dos grandes nomes da composição de sambas no país.

Ao longo da carreira, manteve parcerias e amizades com ícones do samba como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Leci Brandão, Dudu Nobre e o grupo Exaltasamba, que interpretaram diversas de suas obras, eternizadas no repertório do gênero.

Investigação e responsabilização

Após o crime, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Adeilson Duque Fonseca, que ficou foragido por alguns dias até se entregar no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Ele responde pelo crime de tentativa de homicídio, que agora pode ser reclassificado para homicídio consumado, após a confirmação da morte do sambista.

O caso segue em investigação pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que deve atualizar o inquérito com base no novo desdobramento.

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