MPF no Amazonas recorre de decisão que soltou Colômbia

O Ministério Público Federal no Amazonas recorreu da decisão que liberou Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, da prisão. Apontado como mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ele foi solto pela justiça na sexta-feira (21) após pagar uma fiança de R$ 15 mil.

Bruno e Dom foram mortos na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, região onde Colômbia é suspeito de chefiar a pesca ilegal, crime que era combatido pelo indigenista.

Antes de soltar Colômbia, a Justiça Federal no Amazonas havia já concedido liberdade provisória ao suspeito no dia 6 de outubro. O Ministério Público Federal chegou a recorrer da decisão, mas o juiz federal Fabiano Verli manteve, no dia 18 de outubro, a liberdade provisória do suspeito.

Após o cumprimento da decisão, o MPF pediu que a prisão seja restabelecida. De acordo com o Ministério Público Federal, no momento, o pedido aguarda julgamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). “O MPF continua atuando perante a Justiça Federal nas investigações do caso”, afirmou o órgão, em nota.

Soltou na sexta-feira passada, Colômbia seguiu para a prisão domiciliar. Antes, o suspeito passou pelo Centro de Operações e Controle (COC) para a instalação da tornozeleira eletrônica. Ele também está proibido de viajar para fora do país e precisou entregar o passaporte para a Polícia Federal.

Além de ser apontado como mandante dos assassinatos de Bruno e Dom, Colômbia responde a processo que apura envolvimento em organização criminosa armada e outros crimes ambientais.

Em julho, o suspeito foi detido em flagrante por uso de documentos falsos ao ser ouvido na delegacia de Tabatinga sobre suposta participação nos homicídios. Embora ele negue envolvimento no caso, uma das linhas de investigação da PF é de que Colômbia, que também seria um traficante de drogas, compra pescado ilegal de criminosos da região do Vale do Javari.

Outros envolvidos

Outros três homens são investigados por participação efetiva nos assassinatos de Bruno e Dom:

  • Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”;
  • Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”;
  • Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.

Os três estão presos, em decorrência das investigações.

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público Federal entendeu que os três homens devem ser julgados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O MPF argumentou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime. Disse ainda que a participação de Oseney foi mencionada em depoimentos de testemunhas.

O crime

Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para a cidade de Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.

 

Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho. As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.

A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde os corpos estavam.

 

Por G1 Amazonas

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