Um estudo apontou que as mudanças climáticas vão afetar diretamente a população de insetos do planeta, situação que terá efeitos radicais sobre o meio ambiente e a humanidade. A perda de insetos reduzirá drasticamente a capacidade de construirmos um futuro sustentável.
Segundo o coautor da pesquisa, William Laurance, da Universidade James Cook, na Austrália, a biosfera terrestre teve sua temperatura elevada em 1,1ºC desde a industrialização. Novas estimativas apontam que, se nada for feito, a temperatura se elevará ainda mais para 2 a 5ºC, até 2100.
De acordo com um comunicado emitido na terça-feira (25) pelo pesquisador, os insetos têm baixa capacidade de regular sua própria temperatura corporal, pois são ectotérmicos, o que os torna especialmente suscetíveis a qualquer mudança climática, tanto em relação a temperatura quanto a umidade.
Essa situação poderia levar a um “apocalipse” entre os insetos. “Um conjunto crescente de evidências mostra que muitas populações de insetos estão diminuindo rapidamente em muitos lugares. Esses declínios são de profunda preocupação, com termos como um emergente ‘apocalipse de insetos’ sendo cada vez mais usado pela mídia e até mesmo alguns cientistas para descrever esse fenômeno”, disse Laurance.
Foco na recuperação do habitat dos insetos
Com o aumento da perda de insetos, haverá um desequilíbrio sério da cadeia alimentar. Eles são parte importantes da biodiversidade e fornecem serviços importantíssimos para o meio ambiente, como polinização, controle de pragas e reciclagem de nutrientes. Todas essas ações são benéficas para outras criaturas, incluindo humanos. Além disso, o estudo constatou que as mudanças climáticas amplificaram os efeitos de outros fatores que ameaçam as populações de insetos, como poluição, perda de habitat e predação.
Agora, para Laurance, o foco deve ser na recuperação, gerenciamento e preservação dessas áreas mais afetadas. “As evidências são claras e impressionantes. Precisamos agir agora para minimizar os impactos nas populações de insetos — sabemos como fazê-lo, mas a tomada de decisões e o financiamento necessário continuam sendo empurrados pelo caminho”, finalizou o pesquisador.
Por Olhar Digital
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