A Amazonas Energia, maior distribuidora de eletricidade do estado, passará por uma profunda transformação e mudança com a chegada de um novo grupo de controle. Sob a gestão da Future Venture e do Fundo Milão, a concessionária pretende enfrentar problemas crônicos que afetam seu desempenho, como o furto de energia elétrica, conhecido popularmente como “gatos”, e a recuperação de dívidas milionárias que comprometem seu caixa.
A nova administração chega com a missão de reorganizar a estrutura financeira da empresa, que enfrenta um cenário de grandes dificuldades há anos. Uma das principais prioridades será combater as ligações clandestinas, responsáveis por prejuízos que comprometem o fornecimento e a qualidade da energia distribuída para milhares de residências e empresas.
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Enfrentando desafios históricos
O histórico de inadimplência e ligações ilegais tem colocado em risco a estabilidade da empresa, cuja dívida já ultrapassa os R$ 11 bilhões. Um dos maiores devedores é o governo do Amazonas, que acumula débitos superiores a R$ 1 bilhão, parte desse valor relacionado ao consumo de energia em serviços essenciais, como os da Secretaria de Saúde. Os novos gestores destacaram que a cobrança desse montante será crucial para equilibrar as contas da empresa.
A má gestão anterior e as dificuldades operacionais causadas pelas perdas não técnicas também têm impactado diretamente a população, que sofre com apagões e interrupções no fornecimento de energia. As fraudes representam um dos principais obstáculos para a concessionária, tanto no aspecto financeiro quanto na prestação de serviços de qualidade.
Investimentos para estabilizar a operação
Em busca de soluções para reverter essa situação, o Fundo Milão já anunciou um investimento de R$ 6 bilhões para modernizar a infraestrutura da empresa e honrar compromissos financeiros. Além disso, medidas para melhorar a fiscalização e combater o furto de energia devem ser implementadas nos próximos meses.
Entretanto, o impacto dessas melhorias será sentido por toda a população, já que parte dos custos dessa recuperação será repassada aos consumidores por meio de ajustes tarifários. Estima-se que os brasileiros, incluindo os amazonenses, deverão arcar com cerca de R$ 14 bilhões ao longo de 15 anos, através de uma taxa já existente nas contas de luz. Essa decisão visa cobrir o endividamento da Amazonas Energia com outras fornecedoras e garantir a viabilidade de sua operação.
Desafios à frente
Com a troca no comando, a expectativa é que a nova administração consiga estabilizar a situação financeira da empresa, trazendo mais eficiência e garantindo a continuidade do serviço de eletricidade. Os próximos passos devem focar em aumentar a arrecadação e reduzir as perdas operacionais, enquanto tenta não sobrecarregar os consumidores com altos reajustes nas contas de luz.
O cenário ainda é desafiador, mas a chegada de novos gestores marca o início de uma nova fase na Amazonas Energia, que precisará de muito mais que investimentos financeiros para superar suas dificuldades. A eficiência administrativa e o controle das fraudes serão fundamentais para que a empresa retome seu equilíbrio e continue fornecendo energia de forma segura e estável à população do estado.
Fotos: Divulgação / Amazonas Energia
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