Moscou ampliou suas operações militares para recuperar a região ocidental de Kursk, localizada na fronteira com a Ucrânia, informou o chefe do exército ucraniano, Oleksandr Syrskyi, nesta segunda-feira (11). A manobra russa ocorre em meio a uma ofensiva contínua no leste ucraniano e tem o objetivo de deslocar tropas ucranianas e recuperar territórios perdidos. A informação foi divulgada pela agência Reuters e repercutida em diversos veículos de comunicação internacionais.
A tentativa de retomar Kursk chega um dia após o jornal norte-americano New York Times relatar a mobilização de 50 mil soldados russos, reforçada pela presença de militares norte-coreanos. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) havia confirmado, em outubro, o envio de tropas da Coreia do Norte para apoiar a Rússia no conflito, embora o Kremlin ainda não tenha comentado sobre essa colaboração direta com Pyongyang.
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Acordos bilaterais com a Coreia do Norte
Em 2 de novembro, um encontro diplomático em Moscou reuniu os ministros das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, e da Rússia, Sergei Lavrov. Na ocasião, foi reforçado o compromisso de intensificar os acordos bilaterais, focados na assistência militar. Com o pacto, especialistas acreditam que a Coreia do Norte esteja fornecendo pessoal militar e, possivelmente, apoio logístico e material bélico ao exército russo. Esse movimento representa um aumento nas tensões geopolíticas, ao passo que o envolvimento de militares estrangeiros em solo europeu é visto como um agravante no já delicado cenário internacional.
Contexto da ofensiva em Kursk
A incursão ucraniana em Kursk, em agosto de 2022, marcou uma ofensiva significativa de Kiev em território russo, como resposta à invasão da Rússia iniciada em fevereiro do mesmo ano. Na época, forças ucranianas avançaram e estabeleceram controle sobre uma área de mais de 1.000 km² na região, forçando a evacuação de aproximadamente 121 mil civis russos. A resposta russa ao avanço ucraniano em Kursk foi promissora, embora marcada por dificuldades logísticas e estratégias que agora tentam corrigir.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu que haveria retaliação à Ucrânia, e os movimentos militares no local refletem, em parte, essa resposta anunciada. Putin afirmou que a segurança e integridade territorial russa estavam em risco, aumentando os esforços para conter o controle ucraniano na região.
Crescimento da tensão entre Ocidente e Oriente
O envolvimento da Coreia do Norte no conflito ucraniano também cria uma nova dimensão de desafios para o Ocidente, que há tempos monitora a relação entre Moscou e Pyongyang. A Otan e diversas lideranças ocidentais condenaram a presença de soldados norte-coreanos, alegando que a ação intensifica os riscos de um conflito ampliado.
A escalada em Kursk surge como um ponto crucial para a Rússia, que, além de buscar retomar essa área na fronteira, quer consolidar suas forças na região leste da Ucrânia. Autoridades internacionais demonstram receio de que a presença de tropas estrangeiras no território europeu gere um efeito dominó de respostas militares.
A posição da Ucrânia e o apoio internacional
Kiev, que já vinha recebendo suporte militar e financeiro de várias nações ocidentais, solicitou que a comunidade internacional intensifique a ajuda em resposta ao movimento russo-norte-coreano. Com a confirmação da Otan da presença de soldados norte-coreanos na linha de frente, a Ucrânia busca reafirmar suas defesas e fortalecer alianças para evitar mais perdas territoriais.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou que o novo impulso russo representa não apenas uma ameaça para o seu país, mas também para a segurança de toda a Europa. Ele pediu à comunidade internacional que se posicione e responda de maneira proporcional, o que pode indicar um apelo por sanções adicionais contra Moscou e Pyongyang, além de mais recursos militares e humanitários.
Próximos passos e desafios
As operações militares na região de Kursk podem ditar o curso da guerra nos próximos meses, e as ações russas serão acompanhadas de perto por líderes globais. O reforço das alianças militares entre Rússia e Coreia do Norte impõe um desafio ao Ocidente, que precisará calibrar suas respostas para evitar uma escalada sem precedentes.
A ofensiva em Kursk é mais um capítulo do conflito que já devastou a Ucrânia e continua a reverberar globalmente. Analistas consideram que os próximos movimentos serão decisivos, e a presença norte-coreana no conflito pode se provar um divisor de águas.
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Foto: Reprodução
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