O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou na madrugada desta segunda-feira que Nicolás Maduro foi reeleito presidente com 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas. Edmundo González, o principal candidato da oposição, obteve 44%, resultando em uma diferença de aproximadamente 704 mil votos. A atualização dos resultados foi interrompida quando o site do CNE saiu do ar, supostamente devido a um ataque hacker.
Logo após o anúncio, Maduro discursou em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo, declarando que sua reeleição simbolizava o triunfo da paz e da estabilidade. Maduro, de 61 anos, continuará no poder por mais seis anos, estendendo seu período de liderança para um total de 17 anos. Antes de sua carreira política, Maduro foi motorista de ônibus e depois se tornou chanceler da Venezuela. Ele sucedeu Hugo Chávez, que governou o país por 14 anos até sua morte em 2013.
Reação da oposição
Edmundo González, que assumiu a candidatura após a desqualificação de Maria Corina, fez um breve discurso contestando o resultado e prometeu que a oposição não descansará até que a vontade popular seja respeitada. A oposição alega que houve impedimentos para acessar as atas de votação e solicitou que a população vigiasse os locais de votação para verificar os resultados.
Participação eleitoral
De acordo com o CNE, 59% dos eleitores participaram das eleições, um aumento significativo em relação aos 46% registrados em 2018, quando Maduro foi reeleito em um pleito marcado por acusações de fraude, boicote da oposição e alta abstenção.
Transparência e contagem de votos
O CNE justificou a demora na divulgação dos resultados como consequência de uma “agressão ao sistema de transmissão de dados”. O conselho prometeu disponibilizar os resultados detalhados em seu site e fornecerá cópias em CD para as organizações políticas, conforme a lei.
Denúncias de irregularidades
A oposição venezuelana afirma que venceu as eleições e acusa o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), presidido por Elvis Amoroso, um aliado de Maduro, de manipular os resultados. De acordo com o CNE, Maduro recebeu 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González, o principal candidato da oposição, obteve 44%. A última atualização dos números foi na madrugada de segunda-feira, momento em que o site do CNE saiu do ar, alegadamente devido a um ataque hacker.
Reações internacionais
A recente reeleição de Nicolás Maduro para a presidência da Venezuela provocou uma reação imediata de nove países latino-americanos, que solicitaram uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA). Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai expressaram “profunda preocupação” com o processo eleitoral venezuelano e exigiram uma revisão completa dos resultados com a presença de observadores independentes. O governo brasileiro, adotando uma postura cautelosa, afirmou estar observando a situação de perto e aguardando a publicação dos dados detalhados pelo CNE.
Comunicado sobre elecciones en Venezuela pic.twitter.com/CEbyjhBCGY
— Ministerio de Relaciones Exteriores (@mreparaguay) July 29, 2024
Em nota conjunta, os nove países latino-americanos exigiram transparência na contagem dos votos e afirmaram que solicitarão uma reunião urgente do Conselho Permanente da OEA. “A contagem de votos deve ser transparente e os resultados não devem gerar dúvidas,” declararam.
Enquanto isso, diversas autoridades internacionais manifestaram-se sobre o resultado eleitoral. Os Estados Unidos, União Europeia e outros líderes ocidentais contestaram a legitimidade da eleição, enquanto países como Rússia, China, Cuba, Bolívia e Nicarágua parabenizaram Maduro pela vitória.
Contexto político e desconfiança
Nicolás Maduro, que governa a Venezuela há 11 anos, foi declarado vencedor pelo CNE, apesar das alegações de fraude. A oposição sustenta que Edmundo González obteve 70% dos votos e que houve manipulação dos resultados. Diversos especialistas e autoridades internacionais pediram maior transparência na apuração.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou a importância de uma jornada eleitoral pacífica e a necessidade de publicação dos “dados desagregados” pelo CNE para assegurar a credibilidade do pleito. A comunidade internacional permanece dividida, com alguns países reconhecendo a vitória de Maduro e outros exigindo uma recontagem independente.
Países que questionaram veracidade dos resultados
Estados Unidos – secretário de Estado, Antony Blinken
União Europeia – vice-presidente, Josep Borrell Fontelle
Reino Unido – Ministério das Relações Exteriores
Chile – presidente Gabriel Boric
Alemanha – Ministério das Relações Exteriores
Argentina – presidente Javier Milei
Uruguai – presidente Luis Lacalle Pou
Espanha – ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares
Itália – vice-primeiro-ministro, Antonio Tajani
Equador – presidente Daniel Noboa
Peru – ministro das Relações Exteriores, Javier Gonzalez-Olaecha
Colômbia – ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo
Guatemala – presidente Bernardo Arevalo
Panamá – presidente José Raúl Mulino
Costa Rica – presidente Rodrigo Chaves
Portugal – Ministério dos Negócios Estrangeiros
Quem parabenizou Maduro
Rússia – presidente Vladimir Putin;
China – Ministério das Relações Exteriores;
Irã – embaixada iraniana na Venezuela;
Honduras – presidente Xiomara Castro;
Bolívia – presidente Luis Arce;
Catar – emir Tamim bin Hamad al-Thani;
Cuba – presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez;
Nicarágua – presidente Daniel Ortega.
Caracas tem panelaços após vitória de Maduro ser anunciada
A região de Caracas, capital da Venezuela, teve a manhã desta segunda-feira (29) marcada por panelaços realizados pela oposição, após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) informar que Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições presidenciais realizadas no domingo.
Os venezuelanos bateram panela por mais de 20 minutos.
Minutos após a divulgação do resultado, Maduro disse, em discurso a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, que sua reeleição era o triunfo da paz e da estabilidade.
“O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, disse Maduro.
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