PF apreende R$ 21 mil e prende suspeitos de compra de votos em igreja evangélica

A Polícia Federal (PF) prendeu duas pessoas e apreendeu R$ 21.650 em dinheiro vivo durante uma reunião em uma igreja evangélica na zona Norte de Manaus na manhã deste sábado (26). A operação, batizada de “Eleições 2024”, foi deflagrada após denúncias de compra de votos envolvendo a instituição religiosa, e o esquema parece estar ligado ao pleito municipal deste ano.

Dinheiro em envelopes e lista de presença

Ao entrarem no local, os agentes encontraram o dinheiro dividido em envelopes brancos numerados, além de uma lista de presença com 50 assinaturas de eleitores, indicando que o evento, descrito como uma “reunião religiosa”, tinha um público considerável. Equipamentos eletrônicos também foram apreendidos e serão analisados pela PF em busca de evidências que possam corroborar a denúncia.

Segundo relatos de testemunhas, o encontro teria sido convocado por líderes da igreja, levantando suspeitas de que o esquema estava sendo organizado com o conhecimento de figuras de destaque da comunidade religiosa. “Ao que tudo indica, o dinheiro seria distribuído entre os presentes”, afirmou uma fonte da Polícia Federal, que preferiu não se identificar.

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O esquema de distribuição de dinheiro

Conforme as investigações preliminares, a operação revelou um esquema bem estruturado. Os envelopes continham valores variados e estavam numerados de forma a facilitar o controle da distribuição. A lista de presença, além de conter os nomes dos participantes, também incluía detalhes que serão cruzados com os registros dos envolvidos na tentativa de identificar mais suspeitos.

As duas pessoas presas em flagrante foram identificadas apenas pelas iniciais, mantendo-se o sigilo para não comprometer o andamento das investigações. Outros três suspeitos foram conduzidos para prestar depoimento na Superintendência Regional da Polícia Federal, também em Manaus.

Consequências jurídicas e eleitorais

Os detidos responderão pelo crime de corrupção eleitoral, conforme previsto no artigo 299 do Código Eleitoral Brasileiro. A pena pode chegar a quatro anos de prisão, além do pagamento de multa. Segundo a PF, os suspeitos podem obter liberdade mediante pagamento de fiança, mas continuarão sendo monitorados.

A prática de compra de votos é considerada um dos crimes eleitorais mais graves, pois impacta diretamente a lisura do processo democrático. A PF destacou, em nota, que seguirá atuando para garantir a integridade do processo eleitoral de 2024, prometendo rigor em investigações futuras que envolvam práticas ilícitas durante a campanha.

A notícia da operação gerou repercussão e acendeu o alerta para novas operações de fiscalização em Manaus. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas também se pronunciou, destacando que o combate à compra de votos será intensificado com o apoio de diversas instituições.

A Operação Eleições 2024 é parte de uma série de ações que a PF vem realizando em várias regiões do país. Em Manaus, outras ações estão sendo planejadas para garantir a integridade do pleito municipal, com o objetivo de fiscalizar candidatos e apoiadores em eventos públicos e privados.

A PF informou que o inquérito policial seguirá em segredo de Justiça para proteger o sigilo das informações e preservar as provas obtidas. A expectativa é que novas fases da operação tragam à tona mais detalhes e possivelmente envolvam outras pessoas que estariam ligadas ao esquema.

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Foto: Divulgação / PF