Em um episódio que reforça o clima de tensão e violência na capital amazonense, dois homens, identificados como Gabriel e Ricardo, foram mortos após passarem por uma espécie de “tribunal do crime”. Os corpos das vítimas foram encontrados na tarde deste domingo (10), no ramal Chico Mendes, localizado na comunidade Valparaíso, bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus.
De acordo com relatos de moradores, os corpos estavam ensanguentados e apresentavam marcas de tiros, evidências de uma execução brutal. A gravação, que circula entre aplicativos de mensagens e redes sociais, mostra Gabriel e Ricardo sendo interrogados por supostos membros de uma facção criminosa. Durante o vídeo, os homens são forçados a informar seus nomes e o bairro onde residem, alegando não serem envolvidos com atividades criminosas. Em um ponto da gravação, os suspeitos focam nas tatuagens das vítimas, prática comum em situações em que facções analisam marcas no corpo para identificar supostos rivais.
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A Polícia Militar foi acionada pelos próprios moradores da área, que se depararam com os corpos ao passarem pelo ramal Chico Mendes, um local conhecido por ser isolado e de difícil acesso. Após a chegada da polícia, o Instituto Médico Legal (IML) foi chamado para realizar a remoção dos corpos e levá-los para autópsia.
O caso é considerado de extrema gravidade e está sob investigação da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Segundo uma fonte policial, a linha inicial de apuração sugere que os homens possam ter sido vítimas de uma facção criminosa que atua na cidade. Este tipo de execução tem se tornado cada vez mais comum na região, em um contexto de disputa entre grupos rivais pelo domínio de áreas de tráfico e outras atividades ilícitas.
Clima de insegurança em Manaus
A presença e o confronto entre facções que disputam territórios em áreas periféricas têm resultado em um cenário de insegurança e medo para os moradores. Investigações preliminares indicam que os chamados “tribunais do crime” são formados por membros de facções para julgar e executar rivais ou suspeitos de traição. Esses grupos utilizam as execuções e a divulgação de vídeos como métodos para intimidar outros indivíduos e demonstrar poder sobre os territórios que controlam.
O governo estadual e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) têm intensificado operações policiais nas áreas de maior vulnerabilidade, visando desmantelar as células criminosas e garantir a segurança da população.
Até o momento, nenhum suspeito foi identificado ou preso, mas a DEHS afirmou que investigará minuciosamente o caso. As autoridades esperam que a análise do vídeo possa trazer novas informações sobre a identidade dos autores do crime.
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Foto: Reprodução
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