O Conselho Deliberativo do Corinthians se reuniu na noite da última segunda-feira (20) para decidir sobre a admissibilidade do processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo. Após mais de quatro horas de debates e tumultos, a abertura do processo foi aprovada por 126 votos a 114, mas a votação que decidirá o afastamento do presidente foi adiada. Confira os detalhes:
1 – O que foi decidido
Com 240 conselheiros presentes, a admissibilidade do processo de impeachment foi aprovada. Isso significa que o Conselho abriu caminho para a votação final sobre o afastamento de Augusto Melo. Caso a admissibilidade tivesse sido rejeitada, o processo seria arquivado.
2 – Por que a votação foi adiada
A reunião terminou às 23h16, e a votação para decidir o afastamento de Melo teria se estendido até a madrugada. Conselheiros, especialmente os mais velhos, citaram cansaço, e o presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr, disse ter recebido informações de que a Polícia Militar deixaria o local antes do término – informação negada pela PM. Em comum acordo com a defesa de Melo, a sessão foi suspensa e será retomada em nova data.
3 – Clima hostil e tumulto
O ambiente no Parque São Jorge foi marcado por tensão. Inicialmente, Tuma tentou aprovar a admissibilidade do processo por aclamação, mas apoiadores de Melo protestaram, exigindo uma votação secreta. Durante a apuração, houve atraso por falta de cédulas de papel, o que gerou discussões.
Conselheiros que deixaram o local foram hostilizados. Sérgio Janikian, ex-diretor-adjunto de futebol, foi agredido, e o vice-presidente Armando Mendonça foi cercado por apoiadores de Melo.
4 – Quando será decidida a saída de Augusto Melo?
A nova data da reunião ainda não foi definida, mas já se sabe que não ocorrerá na próxima segunda-feira. O local também é incerto; há possibilidade de o encontro ser transferido para a Neo Química Arena por questões de segurança. Uma votação virtual foi descartada.
5 – Como será a votação final?
Antes da votação, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina, Roberson Medeiros, e Augusto Melo (ou seu defensor) terão 30 minutos cada para apresentar suas posições. Após isso, os conselheiros votarão de forma secreta, em cédulas de papel.
6 – Quem pode votar?
Há divergências sobre o regimento interno. Segundo Romeu Tuma Jr, todos os conselheiros, incluindo os ausentes na última reunião, poderão votar. Outros acreditam que apenas os presentes na sessão inicial têm direito ao voto.
7 – Situação política de Augusto Melo
Apesar da derrota na admissibilidade, a diferença foi de apenas 12 votos. Isso indica que Augusto Melo ainda pode reverter o resultado na votação final. Contudo, o inquérito policial sobre o contrato entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet, que motivou o pedido de impeachment, pode complicar sua situação.
8 – Conflitos internos no clube
A relação entre Melo e Romeu Tuma Jr é marcada por animosidade. Na reunião, os dois discutiram de forma acalorada, com dedos em riste, e precisaram ser separados. Ao sair, Melo acusou Tuma de ser um “ditador”, enquanto Tuma afirmou que agiu de acordo com o estatuto.
9 – Presença da torcida
Torcedores organizados estiveram do lado de fora do Parque São Jorge, apoiando Augusto Melo e acusando o processo de impeachment de ser um “golpe”. Dentro do clube, houve pressão sobre conselheiros, incluindo Rubens Gomes, o Rubão, que trocou farpas com a torcida organizada Gaviões da Fiel no fim de semana.
10 – E o que acontece depois?
Se a maioria dos conselheiros votar pelo impeachment, Melo será afastado imediatamente, mas a decisão precisa ser confirmada por uma assembleia geral de sócios. Até a votação final, o vice-presidente Osmar Stábile assumiria o comando do clube interinamente. Caso o impeachment seja rejeitado, o processo será arquivado, e Melo permanecerá como presidente até o fim de seu mandato, em 2026.
O desfecho do caso também depende dos avanços da investigação sobre o contrato com a VaideBet, conduzida pela Polícia Civil de São Paulo.
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(Fonte: GE) (Foto de capa: Augusto Melo caminha no Parque São Jorge ao lado de alguns de seus apoiadores políticos — Foto: Bruno Cassucci)
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