Num dia de alta volatilidade no mercado financeiro, o dólar fechou perto da estabilidade e a bolsa de valores recuperou-se e reduziu as perdas após uma queda expressiva no início da tarde. Tensões internas e externas colaboraram para o cenário.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (17) vendido a R$ 5,402, com alta de R$ 0,02 (+0,37%). A cotação operou sob forte tensão, chegando a R$ 5,53 pouco depois da abertura dos negócios, às 9h. A moeda norte-americana, no entanto, perdeu o fôlego e desacelerou, fechando na mínima do dia.
Com o desempenho de hoje, o dólar acumula alta de 1,92% em novembro. Em 2022, a divisa cai 3,12%. O risco país, indicador que mede a diferença entre a taxa de mercado dos títulos da dívida externa brasileira e dos títulos do Tesouro norte-americano, fechou aos 915 pontos, com alta de 0,75%. Desde segunda-feira (14), o indicador subiu 1,32%.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 109.703 pontos, com recuo de 0,49%. O indicador chegou a cair 2,6% por volta das 13h30, mas recuperou-se ao longo da tarde.
No plano interno, os investidores reagiram, durante a manhã, à entrega da proposta de emenda à Constituição que prevê a retirada do teto federal de gastos do Bolsa Família. A versão do texto entregue ontem (16) ao Congresso aumentou o montante a ser retirado do limite.
Além dos R$ 175 bilhões para manter o valor de R$ 600 do Bolsa Família, a proposta incluiu até R$ 22 bilhões em excesso de arrecadação que poderiam ficar fora do teto para financiar investimentos (obras públicas e compra de equipamentos). A conta subiria para R$ 197 bilhões.
A falta de definição sobre a equipe econômica também pressiona o mercado. No fim da tarde, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou a saída da equipe de transição. Logo depois, o dólar reduziu a alta e a bolsa diminuiu o ritmo de queda.
No exterior, o dólar subiu perante as principais moedas globais após um diretor do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) declarar que os juros dos Estados Unidos continuarão a subir mesmo que em ritmo menor, para segurar a inflação na maior economia do planeta. Juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
*com informações da Reuters
Edição: Denise Griesinger
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