Erro humano resulta em infecção por HIV em pacientes no RJ

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Um erro na transcrição de resultados de testes de HIV levou à infecção de seis pacientes que receberam órgãos de doadores no Rio de Janeiro. O caso, que envolve o laboratório PCS Lab Saleme, está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

Falha humana

Walter Viera, um dos sócios do laboratório, afirmou em depoimento à polícia que a sindicância interna do PCS Lab Saleme indicou falha humana na transcrição dos resultados de dois testes de HIV. A investigação se concentra em laudos que afirmavam que os doadores eram negativos para o vírus, quando na realidade, eram positivos.

Posicionamento do laboratório

Em nota, o laboratório negou qualquer esquema criminoso para forjar resultados e enfatizou que a defesa de Walter e Mateus Vieira, outro sócio, repudia as acusações. “Acreditamos que a justiça entenderá que não há necessidade de mantê-los presos após os esclarecimentos fornecidos”, destacou a defesa.

Investigação e medidas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vigilâncias sanitárias estadual e municipal, e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde estão coordenando ações para investigar a infecção dos pacientes transplantados. O PCS Lab Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária até a conclusão das investigações. Os exames pré-transplante estão sendo redirecionados ao Hemorio.

Contexto e histórico do laboratório

Operando no mercado desde 1969, o PCS Lab Saleme realizou mais de 3 milhões de exames nos últimos 12 meses. Desde dezembro, a empresa comprou aproximadamente 900 testes para diagnóstico de HIV para amostras de sangue de doadores de órgãos, conforme recomendação do Ministério da Saúde e da Anvisa.

Compromisso com as vítimas

O laboratório reafirmou seu compromisso em oferecer suporte às vítimas assim que tiver acesso oficial à identidade delas e declarou estar à disposição das autoridades para colaborar com a investigação. A defesa de Jacqueline Iris Bacellar de Assis, cuja assinatura apareceu em um dos laudos, alegou que ela apresentou documentação falsa, induzindo o laboratório a acreditar que ela tinha competência para assinar os laudos.

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(Foto de capa: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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