Atletas mortos em acidente no PR ganharam sete medalhas no Campeonato Brasileiro de Remo

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Na noite de domingo, 20 de outubro, um grave acidente em Guaratuba, no Paraná, ceifou a vida de nove pessoas, incluindo sete jovens atletas do projeto social “Remar para o Futuro”, de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O grupo retornava de São Paulo, onde havia participado do Campeonato Brasileiro de Remo Unificado, com um saldo de sete medalhas conquistadas. A tragédia causou comoção nacional, especialmente no sul do país, de onde os remadores eram originários.

A van que transportava os atletas foi atingida por uma carreta, com placas de Rio Grande (RS), na BR-376, no litoral paranaense. As vítimas fatais incluem o idealizador do projeto, Oguener Tissot, 43, que era coordenador do grupo e uma figura central na formação de atletas de alto rendimento. Entre os remadores, a faixa etária variava de 15 a 20 anos, sendo todos jovens promissores no esporte. O motorista da van, Ricardo Leal da Cunha, 52, também morreu no local. Duas pessoas, sobreviventes do acidente, foram encaminhadas com ferimentos leves para um hospital em Joinville, Santa Catarina.

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As vítimas:

Samuel Benites Lopes, 15 anos
Henry da Fontoura Guimarães, 15 anos
João Pedro Kerchiner, 17 anos
Helen Belony, 20 anos
Nicoli Cruz, 15 anos
Angel Souto Vidal, 16 anos
Vitor Fernandes Camargo, 17 anos
Oguener Tissot (coordenador), 43 anos
Ricardo Leal da Cunha (motorista), 52 anos

Projeto de referência

O projeto “Remar para o Futuro” vinha se destacando nos últimos anos por sua capacidade de transformar vidas por meio do esporte. A iniciativa, que nasceu de uma parceria entre a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Prefeitura de Pelotas, tem como objetivo principal a inclusão social de jovens da rede pública municipal, oferecendo uma alternativa de futuro por meio do remo. Conforme relatado pelo Globo Esporte em 2022, cerca de 60% dos atletas de base das seleções brasileiras de remo emergiram deste projeto, que se consolidou como um celeiro de talentos na modalidade olímpica.

O campeonato nacional em São Paulo, de onde o grupo voltava, marcou mais uma conquista para o projeto. Mesmo tão jovens, os remadores demonstraram grande talento e determinação, trazendo para Pelotas sete medalhas. Este resultado reforçou ainda mais o reconhecimento da importância do “Remar para o Futuro” no cenário esportivo.

Luto em Pelotas

Diante da tragédia, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, decretou luto oficial de sete dias no município. Em suas redes sociais, a prefeita manifestou seu profundo pesar e se encontrou com os familiares das vítimas na manhã de segunda-feira (21). “Perdemos não apenas jovens promissores, mas também uma parte da nossa esperança de um futuro melhor por meio do esporte. Vamos honrar suas memórias e continuar lutando para que outros jovens tenham a mesma oportunidade que eles tiveram”, declarou.

Além disso, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, expressou condolências às famílias e destacou a relevância dos atletas para o esporte gaúcho. “Esses jovens estavam no auge de suas carreiras, conquistando medalhas e levando o nome do nosso Rio Grande ao topo em uma competição de grande relevância nacional. A perda é incalculável”, afirmou.

Investigação do acidente

As circunstâncias exatas do acidente ainda estão sob investigação. Segundo informações preliminares da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a carreta envolvida no acidente seguia em alta velocidade e perdeu o controle ao fazer uma curva, invadindo a pista contrária e atingindo a van. A perícia no local e o depoimento dos sobreviventes deverão contribuir para a apuração das causas.

O legado que permanece

Apesar da dor e do luto, o legado deixado por Oguener Tissot e pelos jovens remadores transcende o esporte. O “Remar para o Futuro” era mais do que um projeto de formação de atletas. Para muitos, era uma janela de oportunidades, uma forma de escape de realidades sociais difíceis e um incentivo para buscar mais. Como Tissot costumava dizer aos seus alunos, “o remo é só o começo, o futuro que construímos é maior do que o esporte”.

Neste momento de dor, a cidade de Pelotas e a comunidade esportiva do país se unem em solidariedade às famílias, refletindo sobre a fragilidade da vida e a importância de continuar apoiando iniciativas que transformam a sociedade.

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Foto: Divulgação / PRF

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