A recente ampliação das regras de monitoramento da Receita Federal sobre transações financeiras gerou dúvidas sobre a preservação do sigilo bancário. O Fisco esclareceu que as mudanças visam combater a sonegação fiscal e reforçou que as informações recebidas respeitam a privacidade dos contribuintes, conforme previsto na legislação.
O que é Sigilo Bancário?
O sigilo bancário é a garantia de que as informações financeiras dos clientes, como saldos e transações, estão protegidas contra o acesso de terceiros, incluindo o governo, salvo em casos de ordem judicial. A proteção está prevista na Lei Complementar nº 105/2001.
Esse sigilo pode ser quebrado apenas em investigações de crimes graves, como lavagem de dinheiro ou tráfico de drogas. Os dados bancários ficam armazenados pelas instituições financeiras e pelo Banco Central, mas não são automaticamente compartilhados com a Receita.
Monitoramento da Receita Federal
A Receita já recebia informações consolidadas sobre transações financeiras desde 2003. O sistema foi aprimorado em 2015, com a criação da plataforma e-Financeira. O objetivo é verificar se as movimentações financeiras são compatíveis com a renda declarada pelos contribuintes.
A partir de 2025, o monitoramento se ampliará para incluir novas instituições, como operadoras de maquininhas de cartão e bancos digitais. Transações feitas por PIX, cartões de débito e moedas eletrônicas também entram no escopo.
Limites para Notificação
- Pessoa física (CPF): movimentações acima de R$ 5 mil por mês.
- Pessoa jurídica (CNPJ): movimentações acima de R$ 15 mil por mês.
Esses dados são repassados mensalmente pelas instituições financeiras, sem identificar a natureza ou a origem dos gastos, preservando o sigilo bancário.
O PIX Será Taxado?
Não. A Receita Federal já esclareceu que não haverá cobrança de impostos sobre transações realizadas via PIX, uma vez que a Constituição veda a criação de impostos sobre movimentações financeiras.
Golpistas, porém, estão disseminando boatos sobre uma suposta taxa sobre o PIX. A Receita alerta que não envia boletos ou notificações por mensagens de texto ou redes sociais.
Quais Dados a Receita Pode Acessar?
A Receita tem acesso apenas a informações consolidadas, como o valor total movimentado na conta bancária em um mês. Não há acesso a detalhes sobre o destino ou a origem das transações específicas, como beneficiários ou compras realizadas.
O Que Mudou Recentemente?
A principal alteração foi a inclusão de novas instituições financeiras e meios de pagamento na obrigação de prestar informações ao Fisco. Isso inclui fintechs, bancos digitais e transações por PIX, ampliando o monitoramento sobre diferentes tipos de movimentações.
Como isso Afeta o Contribuinte?
O contribuinte não precisa tomar nenhuma ação específica para o envio dessas informações. As instituições financeiras são responsáveis pelo repasse. Entretanto, é importante que os rendimentos declarados no Imposto de Renda estejam compatíveis com as movimentações financeiras.
Em casos de inconsistências relevantes, a Receita poderá solicitar esclarecimentos ao contribuinte. Entretanto, segundo a Receita, o foco são movimentações financeiras atípicas e indícios de irregularidades fiscais, e não a penalização de pequenos trabalhadores ou operações ocasionais.
➡️Mais notícias sobre Economia, você encontra aqui.
📲Acompanhe o Igarapé News nas redes sociais.


ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Polícia Civil do AM alerta idosos sobre golpes em agências bancárias e reforça medidas de prevenção
Ministério Público pede suspensão da venda de ingressos para o Festival de Parintins de 2026
Defensoria obtém decisão que garante alimentação e água às pessoas que passam por audiência de custódia no Amazonas
Prefeitura de Manaus encerra inscrições para concurso público da Semed nesta quarta-feira
Prefeito David Almeida vai apresentar na COP 30 projeto das ecobarreiras que retêm 300 toneladas de lixo nos igarapés de Manaus
Pesquisa do Procon Manaus aponta nova redução no valor médio da cesta básica em novembro